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Lana Martínez:

— SOCORRO. — Gritei ao acordar em um lugar totalmente escuro. — ME TIREM DAQUI, SOCORRO. — Fiquei sentada no lugar macio em que antes eu estava deitada. — ME AJUDEM, EU NÃO QUERO FICAR AQUI, SOCORRO.

— O que aconteceu, Lana? — Vi alguém entrar pela porta e levei às mãos ao rosto por causa da claridade que quase me cegou. — Calma, eu estou aqui. — Percebi que era Gavi e uma sensação de alívio me percorreu, ele ligou a luz e pude perceber que eu estava em seu quarto.

— Porra, Gavira. — Reclamei levando as mãos ao peito. — Por que você deixou tudo escuro? — Gavi sentou-se ao meu lado e me envolveu.

— Só fui levar o médico até a porta. — Ele disse e eu estranhei.

— Médico?

— Sim, você ficou um bom tempo desmaiada, Alice achou melhor chamar um médico. — Ele me deu um selinho. — Porra, Lana. Nunca mais faz isso comigo, nunca mais vou deixar você sair de casa sozinha. — Até então, eu não lembrava direito o que havia acontecido, mas logo minha memória começou à clarear e veio em minha cabeça a imagem de três homens atirados no chão mortos, no caso, Jude, Vini e Modric. Eu ainda me sentia completamente assustada. Me agarrei fortemente em Gavira e caí em lágrimas.

— Caralho, Lana. Não chora, eu não sei lidar com essas coisas. — Ele disse de uma maneira grosseiramente fofa, fui obrigada á dar um sorriso. — Mas seu sei o que fazer. — Gavi disse e grudou seus lábios nos meus, me dando um leve beijo lento que teve o dom de me deixar melhor.
Sequei as lágrimas e sorri para ele.

— Você disse sobre Lice... ela... ela está aí? — Perguntei.

— Infelizmen...

— MARTÍNEZ? — Lice entrou no quarto gritando. — AMIGA, VOCÊ ESTÁ BEM? AH, MEU DEUS. — Ela praticamente se atirou em cima de mim, vi Gavi fazer uma cara nada agradável. — Quando Pedri me contou do sequestro eu não sabia o que fazer e aí... — Alice caiu em um choro intenso.

— Calma, eu estou bem. — Lhe dei um abraço.

— É, eu salvei ela. — Gavi se pronunciou.

— Era o mínimo que você poderia ter feito, seu cabeça de gema. — Ela o xingou.

— Ah, é? E se eu não fosse a salvar, você iria?

— Eu iria, porque ela é minha melhor amiga.

— Para início de conversa, você nem acharia o local onde ela estava, porque você é burra.

— Burra? Olha o respeito comigo. — Os dois entraram em uma discussão sem fim e eu fui até o banheiro ver como estava meu estado, eu não estava com a roupa de antes, agora eu vestia meu pijama favorito. E meu rosto tinha alguns curativos.

— Quem mudou minha roupa? — Saí do banheiro e perguntei, os dois pararam de discutir e puseram sua atenção em mim.

— Eu. — Gavi disse. — Ou você acha que eu iria te deixar com a camiseta daquele mané? — Gavi disse. — Aliás, eu quero saber tudo o que aconteceu lá, Lana. Você estava sem sutiã. — Estremeci e logo aquelas cenas horríveis vieram em minha cabeça, comecei á passar mal, me estômago embrulhou.

— Não quero falar sobre isso, Gavi. Não são boas memórias.

— Lana, se eu pudesse, eu matava Bellingham novamente, porque eu acho que ainda não foi o suficiente para tudo o que ele te fez. — Ele chegou mais perto e começou a passar suavemente seus dedos pelas marcas que tinham em meus braços, em seguida levou sua mão até meu rosto e começou a acaricia-lo, tomei coragem e olhei nos olhos de Gavira, eles estavam marejados.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora