70

229 13 2
                                    

Lana Martínez:

— Você está bem mesmo? — Perguntei assim que
Gavi saiu do banheiro e deitou na cama novamente. — Não está sentindo mais nada?

— Eu tô bem, já disse.

— Desculpa se eu me preocupo com você.

— Tá, eu te perdoo.

— Aqueles garotos trancaram vocês aqui? Eles são loucos. — Uma enfermeira entrou no quarto de repente.

— Amém, agora eu posso sair. — Falei. — Aliás, já vai acabar o horário de visita.

— Sim, daqui há dez minutos para ser exata. — A enfermeira simpática sorriu, olhei para Gavi e ele devorava os peitos dela com os olhos.

— Nossa, acho que eu estou passando muito mal... — Ele começou a se fazer. — Será que você poderia me ajudar? — Gavi disse para a enfermeira.

— O que aconteceu, senhor Gavira?

— Não sei, acho que sua beleza me tonteou um pouco. — Filho da puta. Desculpa, Cecília.

— Nossa, assim eu fico até sem graça. — A enfermeira começou a dar mole e eu já estava ficando irritada, então resolvi sair dali, antes que desse merda.

— Não vai nem se despedir? — Gavi implicou ao sentir o meu ciúmes.

— Morre! — Falei e saí, logo batendo a porta com força.

Saí e desci, encontrando meu pai e Cecília.

— Vamos para a casa, Lana. — Meu pai disse. — Cecília disse que irá ficar aqui até Gavi ter alta.
Qualquer coisa nós viemos busca-la.

— Sim, querida, vá descansar. — Ela disse.

— É disso que eu estou precisando, ir para a casa.
— Falei. — Não consigo nem mais respirar o mesmo ar que seu filho. — Sem querer deixei escapar.

— Aconteceu algo? — Ela perguntou.

— Não, não. — Falei. — Vamos, pai?

— Sim. — Ele disse. — Tchau, Cecília. Qualquer coisa, ligue. — Ele disse se despedindo dando um breve selinho nela, eu ri.

— Muito melhor que Ana, você não acha?

— Já disse para não tocar no nome dela.

— Tá, desculpe. — Falei levantando as mãos em rendimento.

Cheguei em casa e fui direto para meu quarto batendo perna, eu estava com raiva por Gavira ser assim, tão pau no cu, prometi à mim mesma que iria parar de correr atrás dele e ser trouxa, agora as coisas iriam mudar.

— Tudo bem, Lana? — Meu pai perguntou ao sentir algo errado.

— Tudo ótimo. — Fui sarcástica e em seguida bati a porta do quarto com força, já era tarde e mesmo assim eu resolvi tomar um banho para ver se eu me sentia mais leve e quando dei-me por mim, uma saboneteira toda enfeitada e delicada que eu havia ganhado em algum aniversário estava quebrada no chão. Não me culpe, culpe meu ódio.

Atirei-me em minha cama tentando pensar o menos possível, pois se eu ficasse pensando muito em coisas alheias, logo meus pensamentos estariam em Gavira e isso era o que eu menos queria, então procurei fechar minha mente, por mais difícil que isso fosse e em seguida, adormeci.

— Oi, Lana. — Ouvi aquela voz irritante enquanto eu estava sentada em uma daquelas enormes mesas do refeitório com Alice e Bernardo...

— O que você quer, Gabriela? — Fui rude.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora