Lana Martínez:
— Deixa eu assinar, por favor. — Alice implorava para escrever seu nome cheio de flores em volta, em minha tala, eu já estava prestes à bater nela, mas meus braços ainda estavam doloridos.
— Quando eu voltar para casa, tá?
— Não, eu arranjo um canetão aqui nesse hospital bem rápido.
— Porra, você é chata hein! — Ela riu.
— Mas e aí, você está bem? Quando eu descobri do acidente eu quase entrei em pânico, mas aí eu vim e vi que você está bem, não está morta e tal e fiquei mais tranquila. — Ela sorriu. — E esses curativos são feios.
— Existe curativo bonito?
— Não sei, mas existe curativo descente, acho que esses médicos falsificaram o diploma, puta que pariu. — Ela disse e eu ri, amava o dom que Alice tinha de me acalmar. — Vou ficar com você até amanhã.
— Não precisa, pode ir para casa. Eu ficarei bem aqui neste quarto. — Falei.
— Não, eu vou amar dormir naquela poltrona. — Ela ironizou.
— Tem alguma notícia de meu pai?
— Sim, ele está louco, conseguiu pegar o avião deve estar à caminho.
— Droga, não precisava, eu estou bem.
— Pai é pai. — Ela disse simples.
— E Gavi? Ele... Ele...
— Sim, ele ainda está aqui. Disse para Cecília que vai passar a noite aqui, nem que seja na sala de espera.
— Droga...
— Ele realmente te ama... — Olhei rapidamente para Alice. — Mas vocês são muito complicados, não conseguem ficar junto sem causar uma explosão nuclear.
— Deixaram eu entrar. Finalmente. — Ansu disse entrando. — Esse hospital é chato demais, cheios de regras, eu queria dar uma passada no quarto de um loirinha gostosa que tem no terceiro andar, mas não deixaram, só porque ela está doente, mas descobri que a doença dela não é transmissível, então não tinha problema em eu dar uma chegada de leve lá.
— Ansu sendo... Ansu. — Murmurei.
— Você está bem, Martínez? — Ele disse pegando uma maçã que a enfermeira tinha deixado ali para mim.
— Eu estava, até você pegar minha maçã.
— Ah, quer um pedaço? — Ele perguntou de boca cheia.
— Não, obrigada. — Falei.
— Você que sabe. — Ele deu de ombros. — Mas e aí, me diz como você conseguiu sofrer um acidente.
— Uma caminhonete idiota bateu em meu carro. — Falei. — Não que eu estivesse contramão, claro.
— Você estava contramão?
— Sei lá, eu estava me sentindo estranha, triste, angustiada, eu nem sabia para onde eu estava indo e de repente entrei nessa rua sem saber para onde eu estava indo. — Falei
— Droga, Lana... — Ansu não sabia o que falar. — Foi por causa de Gavi?
— Pedri... — Alice se pronunciou. — Ele disse algumas coisas para ela... Algumas coisas que a magoaram.
— Por isso vocês brigaram? — Ansu perguntou à
Alice.— Espera aí, vocês brigaram? — Perguntei
— Sim, Martínez. Você acha que eu iria deixar ele falar aqueles montes de merdas para você e depois simplesmente o encher de beijo? Claro que não. Pedri tem que se pôr no lugar dele.
Quem ele acha que é para chamar você de vadia, megera?— Não precisava... Ele estava certo.
— Cala a boca, Lana. Ele não estava certo, você sabe disso. — Alice me repreendeu.
— Pedri contou o que ele disse para você. — Ansu se pronunciou. — E não, ele não está arrependido.
— Tá, vaza, Ansu. Agora é minha vez. — Félix abriu a porta. Só poderiam no máximo dois visitantes no quarto.
— Ah, não, cara. Acabei de chegar. — Ansu retrucou.
— E já vai sair. Larga, mané. — João disse.
— Tu quer apanhar na frente das minas? Só me diz que eu já te encho de cascudo. — Ansu disse.
— Cara, apenas saia, você sabe que eu acabaria com você.
— E então tu acordou né, veado?
— Vocês querem que eu saia? — Alice se ofereceu. — Aí Félix entra no meu lugar.
— Não faz isso, Alice, pelo amor de Deus, Ansu e Félix juntos vão aumentar minha dor de cabeça, como acabaram de fazer.
— Ótimo, eu não iria sair mesmo. — Ela deu de ombros.
— Eu vou. — Ansu disse, saiu e fechou a porta. — Mas eu volto. — Ele abriu a porta novamente e semicerrou os olhos ao falar aquilo, logo ele saiu novamente.
— Não liga, ele é retardado. — João se referiu à Ansu.
— E você não é? — Alice erguntou com os braços cruzados.
— Não, eu sou gostoso. — Ele piscou para ela.
— Não nega que é amigo de Gavira. — Ela disse. — Iludido igual ao mesmo. — Toda vez que eu ouvia o nome de Gavira meu coração disparava, eu estava confusa, só pensava em tudo o que ele havia me falado mais cedo.
— Pelo visto você está bem, Martínez. — Félix disse. — Tirando o fato de você estar com uma perna bugada e um monte de curativos.
— Adoro sua sensatez. — Falei. — Me alcança aquela água? — Falei apontando, Félix logo fez o pedido.
— Você não vai falar com o Pablo? — João perguntou. — Ele ainda está aqui. — Alice me olhou rapidamente esperando minha resposta.
— Bom... Ele que não quis entrar.
— Ele acha que você não quer vê-lo. — Fiquei quieta, eu só estava com medo, eu o magoava e ele me magoava, eu era impulsiva demais perante os seus erros e Gavi só sabia cometê-los, eu estava com medo de reatar, pois ambos sofríamos com isso, mas ao mesmo tempo, nós precisávamos um do outro, estava sendo difícil, eu nunca lidei com algo tão complicado de se resolver. Bateram na porta.
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Possessivo - Pablo Gavira
Fanfic"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha." - Pablo Gavira E se ela fosse dele? Somente dele. Mas ele, não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo, isso estivesse v...