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Lana Martínez:

— Eu vou com você. — Falei.

— Puta que pariu. — Ele xingou. — Qual a parte do "preciso ficar sozinho" você não entendeu? — Ele foi rude.

— Você não precisa se sentir assim. — Eu falava enquanto ia com ele até seu carro. — Deixa pelo menos eu ir com você? — Ele me ignorou e entrou no carro, comecei a chorar, tentei abrir a porta, mas Gavira havia travado, comecei a bater no vidro igual uma louca, mas em nenhum momento ele olhou para mim, continuou olhando para frente e arrancou o carro.

Sentei-me no meio fio e comecei à chorar igual a uma louca, não era por mim, e sim por Gavira, por ter feito ele se sentir assim, talvez se eu tivesse pego meu carro eu não teria sido sequestrada no dia anterior.

— Lana? — Ouvi a voz de Alice. — O que aconteceu? — Ela me ajudou à levantar. — Vocês brigaram de novo?

— Não, nem eu sei o que aconteceu, Lice. — Eu dizia entre soluços. — Ele está se sentindo culpado pelo sequestro, ele disse que queria ficar sozinho, eu não queria que ele saísse assim, Gavira é impulsivo, tenho medo que ele faça alguma merda, me ajuda, Alice. — Eu realmente não sabia o que fazer.

— Calma, Martínez. — Ansu apareceu. — Gavira é assim mesmo, quando ele não sabe lidar com certas coisas, ele simplesmente sai para esfriar a cabeça, ele ficará bem, o máximo que pode acontecer é ele voltar bêbado e você ter que cuidar dele novamente. — Ansu deu um sorriso tentando me tranquilizar, mas eu ainda não me contentava com aquilo, eu queria Gavi comigo, eu acabara de passar por uma experiência terrível e ele não estava lá para me abraçar e me fazer sentir segura. — Sendo que quem precisa de cuidados é você... Pois é, te apresento meu amigo vacilão. — Ansu deu um sorriso sem graça.

— Eu vou atrás dele. — Decidi. — Que local ele costuma ir?

— Não, Lana, nós vamos apenas entrar e esperar esse cuzão voltar. — Alice disse seriamente.

— Você não vai, Lana. Você sabe a onda de Gavira, ele é podre, vai saber que lugares ele frequenta...

— Só para lembrar que você também namora um gangster.

— Pois é, mas meu namorado gangster está em casa agora. — Alice disse como se quisesse jogar na cara, eu já estava ficando brava.

— É? Que legal, manda os parabéns para ele. — Fui meio rude com ela, em seguida pus minha atenção em Ansu. — Vai me emprestar um carro ou não?

— Lana...

— Por favor, Ansu ... — Alice virou as costas e entrou no prédio.

— Tudo bem, mas eu vou com você. — Ele disse e eu achei melhor do que nada. — Me espere aqui que eu já venho com o carro. — Assenti e ele saiu caminhando a passos largos.

Pablo Gavira:

Eu estava com um sentimento de culpa que eu nunca havia tido antes, era como se Lana realmente soubesse foder com tudo, por mais que não fosse culpa dela. Minha garota tentou me acalmar de todos os modos, mas isso foi inútil, porque eu só me senti mais culpado ainda, se não fosse por minha causa, se eu não tivesse a envolvido nessas porras, ela não iria passar por aquilo. Aqueles filhos da puta a deixaram toda ferrada e ainda tentaram foder com ela, isso me deixou puto da vida, eu senti algo nunca sentido antes, algo a ver com odiar ver a pessoa que você ama sofrendo. Porra, eu me odiava. Fui mais fraco ainda, pois não sei lidar com essas porras e deixei ela lá, sozinha, ainda mais depois de ela ter sido sequestrada e recém acordado de um desmaio, eu não merecia o amor dela, nem fodendo.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora