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Lana Martínez:

"Me encontra na sala três no sexto andar." Mandei uma mensagem para Gavi enquanto eu subia correndo as escadarias daquela escola em direção à essa sala, eu precisava saber como as coisas haviam ido com Luara, pensei até em contar para ele que eu havia conhecido sua mãe, mas achei melhor não estragar a surpresa, aliás, eu não sabia quem iria ficar mais surpreso, Gavi ao ver sua mãe ou sua mãe ao descobrir que tinha uma neta.

Mandar mensagem subindo escadas nunca era uma boa ideia, pois cheguei no andar com meus joelhos doendo de tanto que eu tropecei, droga.

Entrei na sala e sentei em uma classe vazia que havia ali, na verdade, todas estavam vazias, mas aquela chamou-me mais atenção. Esperei cerca de seis minutos e logo pude ouvir passos, deduzindo que era Gavira. Ele entrou na sala e possuía algumas olheiras, pelo visto, alguém não dormiu.

— Merda, ela chorou a noite inteira. — Gavi estava de mau humor (como sempre). — Você não pode leva-la para a sua casa? — Ele disse sentando-se em cima da mesa, enquanto eu estava na cadeira.

— Ah, claro, meu pai vai amar o fato de eu chegar com uma criança desconhecida lá em casa. — Falei revirando os olhos. — Com quem você a deixou?

— Com Ansu, Pedri e Ferran foram resolver umas coisas para mim. — Ele disse simples.

— Ansu parece ter jeito com a coisa. — Falei levantando-me. — Então tá, era só isso que eu queria saber. — Falei, pois eu estava tentando evitar Gavi um pouco, ele realmente havia me machucado para caralho, mas antes que eu pudesse chegar até a porta, ele me puxou, deixando-me entre suas pernas.

— Nossa, Lana... Faz um tempinho que nós não nos beijamos ou transamos. — Ele disse.

— Pois é, acontece. — Tentei sair do seu envolvimento, mas ele não deixou.

— Um beijo você vai ter que me dar, se não, não sai. — Ele disse com um sorriso malicioso.

— Me solta, a última coisa que eu quero de você é um beijo ou sexo. — Falei meio grossa e ele arqueou as sobrancelhas.

— Ui, posso saber o motivo da revolta? — Ele debochou.

— Por que? Você nunca leva nada à sério, só usa os outros para se divertir, tanto que até uma filha apareceu na sua porta. — Falei e sua expressão mudou de suave para tensa.

— Eu vou ter que te colocar no teu lugar novamente ou você vai continuar falando comigo como se tivesse alguma autoridade? — Ele voltou a ser o verdadeiro Gavira.

— Você não aceita a verdade, essa é a real. — O enfrentei.

— Cala a boca, não fala merda, vai começar com as suas ladainhas? — Ele riu sarcástico. — Esqueceu daquele disco? Eu exijo respeito. — Ele sorriu.

— Coisa que você não merece. Pra te ver até que ponto você é babaca, me chantageia, me humilha, diz que concordou com Gabriela em coisas que ela disse e depois vem querer beijo.

— É que ao contrário de você, eu sei separar as coisas. — Ele disse rude.

— É? Que legal, pena que eu não. Vai lá pedir beijo para Gabriela.

— Eu não quero um beijo dela. — Ele disse me puxando para mais perto, fazendo eu sentir seu hálito quente. — Eu quero um beijo seu. — Ele disse e partiu para meus lábios, a fim de devorá-los, mas eu não deixei. O mordi com força. — Sua filha da puta. Você me paga. — Ele gritou. — Sai daqui, Lana. Sai daqui antes que eu perca a cabeça e te esfole todinha. — Ele disse super bravo e eu ri, correndo em direção à porta.

Desci as escadas correndo e falei um "au" quando meu corpo se chocou contra alguém assim que eu cheguei no corredor, olhei a fim de ver quem era a criatura e era Alice.

— Idiota. Não olha para onde anda, não? — Ela fingiu me xingar.

— Não, por que? Vai me bater? — A gente começou a simular uma briga.

— Vou... Só um minutinho, Bernardo, segura meu brinco. — Ela disse e fingiu que ia vir pra cima de mim, eu me afastei correndo.

— Só não te bato porque tô muito cansada por causa das escadas, se não tu já ia ver uma coisa. — Eu disse e nós caímos na gargalhada.

— Lice, desculpa. — Bernardo disse e riu. Logo ele ficou no meio meu e de Alice e colocou seus braços em nossa volta e então caminhávamos pelo corredor, aproveitando os poucos minutos de intervalo que ainda restava numa serenidade sem fim.

— Falou com Gavi? — Alice perguntou.

— Falei, ele deixou Luara com Ansu. — Disse simples.

— Esse Gavi nunca me desceu, sempre desconfiei que ele não era o que aparenta ser. — Bernardo disse, pois já estava a par de tudo.

— Ele é um idiota. — Falei me lembrando de certos fatos.

— Ainda magoada com ele? — Alice questionou.

— Óbvio, e o pior é que ele não liga, leva tudo no deboche. — Falei meio triste. — Isso já esta acabando comigo. Eu estou cansada, sabe. — Desabafei.

— Fala com ele. — Bernardo sugeriu.

— Gavi não ouve ninguém. — Falei. — Se eu for muito sensível com ele, pode ter certeza que ele irá rir de minha cara.

— Ah, não sei. Só sei que Pedri é tão perfeito. — Alice suspirou e eu dei uma gargalhada sarcástica.

— Pedri é perfeito? Aquele ali é tão fruta podre quanto Gavi. Já disse, os únicos melhores ali são Ansu, Ferran e João.

— Pego todos. — Ela jogou o cabelo se exibindo e eu ri.

— Com licença. — Bernardo coçou a garganta. — Não sou do tipo que gosta de falar de homens. — Bernardo disse e eu e Alice rimos.

— Desculpa, Bernardo... Mas conta pra gente, tá a fim de alguma garota?

— Lógico!

— Quem? — Eu e Alice perguntamos em uníssonos curiosas.

— Isabela... — Ele deu de ombros.

— É daqui da escola? Me mostra quem é que eu já resolvo tudo. — Falei

— Não, não. — Ele respondeu.

— É da onde então? — Alice perguntou.

— É uma personagem do meu livro de aventura. — Eu e Alice nos olhamos e rapidamente lançamos um tapa em Bernardo.

— Au.

— Volta para a realidade. — Falei estalando os dedos e ele riu.

Eu estava deitada em minha cama exausta, após ter estudado pra caralho para uma matéria qualquer, até que me bateu a curiosidade de saber qual havia sido a reação de Gavi ao ver sua mãe e qual teria sido a dela ao descobrir que era avó, e também queria saber mais outras coisas.

Como eu estava puta da vida com Gavi, lembrei-me que eu havia o numero de Ansu e resolvi ligar.

— Alô, Ansu. — Falei quando ele atendeu. — É a Lana, se Gavi estiver por perto se afaste.

— Ah, claro, "Lais"... Espera um pouco. — Ele disfarço e eu pude sentir ele trocando de ambiente. — Me ligando? Que novidade é essa? — Ele riu

— Só queria saber como estão as coisas por aí... E você sabe, não quero assunto com o seu amigo.

— Vocês dois são loucos. — Ele disse. — Mas enfim, aqui está tudo bem, Luara está mais calma... E adivinha...

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora