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Pablo Gavira:

Puta que pariu, a dor no meu braço era insuportável, sentia uma queimação terrível, mas não era a primeira vez, confesso. E puta que pariu de novo, Jude a levou. Tentei fazer algo, mas os tiroteios eram inacabáveis e meu braço estava fodido, Pablo Gavira impossibilitado pela primeira vez, quem diria.

Mas não ficaria assim, ah não ficaria mesmo. Eu soube desde o início que seria um puto perigo, mas Lana sempre tem que foder com tudo com essa teimosia tremenda que ela tem, droga de vida, garota insuportável.

— Vou buscar a Lana. — Falei decidido.

— Nem fodendo, cara. Você vai para o hospital, olha seu braço porra, daqui a pouco fica sem ele. — Ansu disse brabão, chegou a ser engraçado, se eu não estivesse encuzado, até riria.

— Cala a boca, Ansu. Você sabe que não é a primeira vez que isso acontece, lembra ano passado quando atingiram minha perna? Tô vivo, não tô? Então larga de drama. — Lembrei ele.

— Pura sorte, Gavira. — Ferran disse.
Então senti um fincão no peito, quando eu me liguei na história toda: Jude sequestrou Lana apenas para me atingir, esse era a porra de seu plano. Tanto que depois que ele a pegou, seus Madristas idiotas foram embora e deixaram minha boate em estado decadente, o que eles pagariam também, porque minha sede de vingança aumentava cada vez mais.

É, Jude, está ficando cada vez mais espertinho, mas não mais do que eu, ele sabe muito bem que nada se compara aos Barcelonas, The Madristas vieram com uma pedra na mão, The Barcelonars vão com dez tijolos.

— Mas mesmo assim, Pablo. Nós vamos levar você para um hospital. — Pedri disse me puxando pelo braço que estava bom.

— Porra, Pedri. Vai saber o que aquele boiola vai fazer com ela. — Falei preocupado, assumo.

— Por que você não confessa logo que a ama? — Ferran disse enquanto íamos para o carro, fiquei quieto.

Eu não amava ninguém, apenas à mim. Todos sabiam disso. Mas Lana, bom... Ela estava fodendo mesmo com os meus sentimentos.

Havia vários Barcelonas feridos e poucos que eu pude ver já não estavam mais com vida, o que me deixava mais furioso ainda. Eu mataria
Bellingham. Saí da boate seguido pelos garotos, mas antes ordenei para os homens que estavam bem que ajudassem os feridos e dessem um jeito nos mortos, que Deus os tenham, e largassem fora o mais rápido possível, pois logo os tiras chegariam. Era foda ver um dos meus patrimônios destruído, e agora, aquela boate já era, cairia nas mãos dos caras da lei.

— Eu vou buscar ela, porra. — Insisti mais uma vez.

— Caralho, Gavi. Eu já disse que você vai primeiro ao hospital, depois nós vamos atrás dela, sem essa bala no seu braço. — Eu confiava em Pedri, e pela primeira vez, procurei ouvi-lo.

— Alguém está amando. — Ferran tocou no assunto novamente e eu o mandei calar a porra da boca. Será que era verdade? Claro que não." Pablo Gavira não se apaixona." — Repeti isso em meu pensamento umas três vezes.

Chegamos ao hospital e uma enfermeira super gostosinha logo veio me atender, levou-me para uma sala onde viu que não tinha sido tão grave e então me deu uns analgésicos para tontear aquela dor do caralho. Em seguida veio o médico.

— Veremos o que temos aqui... — Aquele velho dizia apreensivo pegando meu braço, fazendo eu fazer uma careta de dor. — Um tiro... Hmm... — Ele falava consigo mesmo analisando meu braço. O que já estava me deixando impaciente. — Deixa eu ver... — Porra, ele continuava. — Sorte, muita sorte... — Ele disse. — Foi de raspão. — Me senti aliviado. — Quase perfurou, quase. Por isso sangrou muito. — E ele logo pegou aquelas palhaçadas de médico e começou a fazer o que era necessário. — Vou chamar a enfermeira para limpar. — E assim ele fez. Ardeu pra caralho. — Agora vou fazer alguns pontos, é necessário pois teve certa profundidade. — Ele disse vindo até mim após a enfermeira ter saído.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora