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Lana Martínez:

Aurora estava me esperando na frente do condomínio, desci o mais rápido que pude até porque me atrasei um pouco, antes acordei Gavi, ou melhor, lutei para acordar Pablo que estava ferrado no sono. Se eu não tivesse o acordado, ele perderia a hora de ir para aquela escola, se bem que ela já estava pouco se lascando para aquele emprego, não tinha mais nada de importante para fazer naquela escola, pois Guilherme não estava mais entre nós.

Então tenho certeza que logo, logo, ele pediria a tal demissão.

— E aí, puta. Demorou. — Alice disse ao me ver.
— Estava numa rapidinha com Gavi?

— Pablo está mais dormindo do que realmente acordado, nem sabe quem ele é. — Falei e Alice riu.

Entrei no carro e Alice deu partida, ela dirigia muito mal.

— Então Ana está chantageando você? — Ela perguntou incrédula após eu contar tudo para ela.

— Sim, e o pior é que ela está me encurralando.
Acho que o jeito vai ser voltar para a casa e dar um jeito de tirar essa mulher do meu caminho.

— Bom...

— Nem pense em Gavi, Lice. Não quero crueldade. Eu mesma faço questão de resolver os meus problemas. Hoje mesmo eu voltarei para aquele inferno. — Falei respirando fundo e logo soltando o ar.

— Tenho certeza que você vai fazer a coisa certa, Martínez. Se quiser ajuda, já sabe... Só me ligar. — Alice disse sorrindo para mim. — Agora quero ver como você vai falar para Gavi.

— Eu também. — Falei.

Eu caminhava pelos corredores daquela escola na companhia de Alice, Mariana e Bernardo, eu evitava falar um pouco com Mariana, pois confesso que havia pegado nojo da cara dela, então falava muito mais com Alice e Bernardo.

— Fico tão feliz que vocês voltaram a se falar. — Mariana disse meio sínica.

— Verdade. — Fui seca e Alice me olhou rapidamente, fuzilando-me com os olhos.

— Desde o início das aulas vocês está assim comigo, não estou entendo. — Mariana reclamou.

— Pois fique sem entender, é melhor. — Nem eu estava me reconhecendo, mas Mariana havia caído em meu conceito, pois nós sempre fomos do mesmo grupo, porém quando eu e Alice paramos de nos falar, Mariana nem olhava na minha cara e mal me dava um "oi" direito. — Vou ao banheiro. — Falei deixando todos para trás e dobrando o corredor.

— Olha quem está aqui. — Gabriela começou à dizer.

— "Lanadia..." — Alice disse e riu e eu fiquei a olhando sem entender... — Entenderam gente?
Mistura de Lana e vadia. Lanadia. — Ela riu e as outras putas a acompanharam só para não perder a amiga.

— Você é engraçada, hein? Depois me dê o endereço do circo que você trabalha. — Falei e pisquei para ela, a empurrando a fim de pegar espaço para olhar-me no espelho, meu cabelo precisava de uma ajeitada de leve.

— Lanadia... — Ela soprou, enquanto eu tentava a ignorar o máximo fingindo concentração na arrumação de meu cabelo. Mas eu estava apenas tentando me controlar. — Ué, vai ficar quieta, Laninha? Tá com medo? Finalmente se colocou no seu lugar e viu quem era melhor? — Ela disse rindo e começou a aplaudir. — Assim que eu gosto de ver. — Ela saiu do banheiro se achando vitoriosa, mas ela estava enganada, uma hora a gente iria se trombar novamente e pode ter certeza, ela não sairia ilesa dessa.

Fiz o que eu tinha que fazer e saí do banheiro em direção ao local onde Alice estava, na verdade, eu não sabia onde ela estava, então eu apenas iria procurá-la. Eu entrava em qualquer corredor daquela droga de escola, só para ver se dava num local onde ela poderia estar. "Nossa, Lana, como você é burra. Existe celular."

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora