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Lana Martínez:

No dia seguinte, Gavira não compareceu a escola. Imaginei o porquê, ele estava virado em restos, sem ofensas.  Certo, com ofensas. Depois da escola até dei uma espiada na rua seis para ver se ele estava ali e nada, só havia uns outros meninos lanhando umas meninas.

No outro dia, estávamos na hora do intervalo, eu Alice, Gustavo, Bernardo e Mariana. Estávamos em um canto qualquer do pátio da escola colocando papo fora. Gustavo sempre fazia suas piadinhas enquanto Mariana, sua irmã revirava os olhos com as babaquices do irmão, mas eu e Alice sempre caiamos na gargalhada, era impossível não rir.

Em seguida, senti alguém passar rápido por mim e deixar um perfume maravilhoso no ar, eu conhecia aquele perfume, olhei a fim de encontrar a tal pessoa e quando me dei conta, Gavi já estava distante.

— Você viu aquilo? — Gustavo perguntou incrédulo.

— Aquilo o que? — Perguntei e ficamos esperando a resposta.

— Gavira, aquele cara novo que trabalha aqui na escola, estava com um olho roxo e um machucado no supercílio, acho que alguém andou apanhando. — Me fiz de surpresa.

— Sério, nem percebi. E você, Alice? — Perguntei.

— Eu também não. E você, Mari? — Alice perguntou.

— Não vi nada. E você, Bernardo?

— Eu? — Bernardo questionou, pois como sempre estava no mundo da lua. Comum para ele. Nós rimos de sua reação ao ser chamado.

Bernardo era aquele típico garoto que só tinha uma prioridade: usar a imaginação. Ah, e os estudos também, porque ele era um inteligente.

Enquanto eles conversavam, eu viajei em minha mente também, eu precisava fazer algo, algo perigoso. Ir atrás de Gavi e perguntar se ele estava bem. Não que eu me preocupasse e tals...

— Galera, já volto. É rápido. — Falei me afastando do grupo.

— Onde você vai? — Alice perguntou, mas eu já estava distante.

Saí do pátio da escola e quando me dei conta já estava nos corredores da mesma. O procurando, merda. Eu não deveria, ele não era importante para mim. Parei e dei meia volta. Mas já era tarde demais.

— Lana? — Ouvi aquela voz rouca me chamar, virei-me novamente. — Me procurando? — Gavira sorriu de canto, um sorriso malicioso e debochado.

— Claro que não. — Menti. — Por que eu te procuraria?

— Por prazer... — Ele disse e piscou.

— Não sonha, Gavira. Eu só estava indo ao banheiro. — Menti novamente.

— Engraçado, porque banheiro fica para lá. — Ele disse, apontando. — E você estava na direção contrária. — Ele disse chegando mais perto e semicerrando os olhos.

— Sério? — Me fiz de boba. — Mas agora eu vou para a direção certa, se você não tivesse me avisado, eu faria xixi nas calças. Muito obrigada. — Falei enquanto virava para ir em direção ao banheiro, mas então, senti um puxão super forte em meu braço e quando percebi eu estava cara a cara com Gavi.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora