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Lana Martínez:

— A mãe de Gavi se mudou para perto?

— Como você sabe?

— Ela está morando na frente de minha casa, aí ontem meu pai resolveu ir lá dar as boas vindas e ela acabou falando de Gavi, o que fez eu cuspir a água toda. — Falei e Ansu riu. — Mas o que ela fez ao saber que Luara era sua neta?

— Ela não descobriu. — Ansu disse depois de respirar fundo.

— Como assim? — Perguntei sem entender.

— É, Gavi inventou uma desculpa, dizendo que a criança era uma prima de Pedri.

— O que? Como ele conseguiu fazer isso? Por que ele mentiu?

— Porque ele quer pagar uma de bom samaritano para a mãe dele, não quer que ela descubra que ele simplesmente engravidou uma pobre coitada no passado e só foi descobrir agora, lógico que a dona Cecília iria dar sermão e eles acabariam discutindo novamente.

— Sério? Então ela não sabe que o filho dela é estilo adrenalina?

— Sabe...

— Não estou entendo porra nenhuma, Ansu.

— Bom, ela sabe que Gavi é da curtição, também sabe que ele chefia uma gangue, mas não pode fazer nada a respeito com medo de perdê-lo.

— Tá, mas ele deixa Cecília saber tudo isso, mas não deixa que ela saiba que ele tem uma filha? É isso? Por favor, Ansu. Tire a maconha desse pobre menino.

— Eu não o entendo, Lana. Sem contar que ele anda estranho, se tranca no quarto por horas e deixa a menina por minha conta e dos garotos, sai de lá mau humorado e com os olhos quase pegando fogo de tão vermelhos, sim, nós sempre soubemos que ele se droga, mas agora está indo além da conta, nem ele consegue controlar-se mais. — Quando Ansu falou aquilo, senti uma fincada no peito. — Não sei o que está acontecendo, ele deixa tudo para nós resolvermos em relação aos Barcelonas, eu e os caras tentamos falar com ele, mas ele não dá chance. Eu desconfio que essa criança esteja perturbando ele, ele precisa de ajuda para lidar com isso, e você sabe muito bem quem é a melhor pessoa para ajudá-lo.

— Pedri. — Chutei.

— Não, Martínez. Você. — Ansu disse. — Em relação às drogas, cara, fumar é maravilhoso eu me amarro pra caralho, mas sei os limites e Gavi está passando dele.

— Não sei porque eu me preocupo tanto, Ansu. Esse garoto está sempre me colocando no cu do capeta, e lá vou eu, ajudá-lo.

— Você fará isso pelo meu amigo, Martínez?

— Martínez? É a Lana? — Ouvi a voz de Gavi.

— Ansu, onde você está? — Perguntei estranhando a intromissão de Gavira.

— No quarto, mas esqueci de fechar a porta e esse otário entrou. Larga daqui, Pablo, deixa eu falar com ela. — Ansu o xingou.

— Óbvio que não, cuzão. Me dá o telefone aqui. — Gavi disse. — Oi, Lana... Só para dizer que você é uma puta. — Gavi disse com a voz meio alterada, ele estava chapado.

— Gavi, você tem uma criança para cuidar seu imbecil. — Ignorei o fato de ser chamada de puta.

— Como você tem coragem de se chapar assim? — Perguntei incrédula.

— EU NÃO SIRVO PARA SER PAI, PORRA. — Gavi gritou do outro lado da linha, fazendo eu afastar o celular do ouvido. — MAS QUE CARALHO, EU NÃO SEI FAZER ISSO.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora