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Lana Martínez:

— Não, claro que não. — Falei. — Mas adoraria se você demitisse essa puta e colocasse Luara em uma creche, conheço um monte de creches, posso te ajudar a ver uma sem problema... — Eu falava descontroladamente e Gavira me olhava com diversão.

— Ela é gostosa e tudo mais, mas eu prefiro você, então não se preocupe. — Ele disse me envolvendo em seus braços.

— Mas porra, você já comeu ela. — Falei sem pensar. — E para de chamar ela de gostosa na minha frente.

— Quem te disse isso?

— Você já deixou um monte de especulações. — Não queria entregar Ansu.

— Nós não namorávamos, estávamos em crise lembra? Eu só queria parar de pensar em você, nada mais. — Ele disse indo até a cama e dando um beijo em Luara que dormia feito anjo, sorri ao olhá-la, ela era uma princesinha.

— Mas é estranho, Gavi. — Continuei o assunto. — Toda vez que eu vir aqui vou ter que me deparar com o fato de que você já transou com ela, que tal eu ir lá bater um papo do tipo: "e aí, achou grande o pênis dele também?" — Ironizei e ele riu, ele nunca levava nada à serio. — Já não basta eu ter que ver Gabriela todo o dia naquela porra de escola.

— Não tenho culpa se sou gostoso, Martínez. — Revirei os olhos. — Mas vamos ser francos, quando eu transei com essas putas nós não estávamos namorando.

— Mas no caso de Gabriela, você estava com aquela sua possessão idiota sobre mim.

— Exato, você era minha, mas eu não era seu, eu não tinha um compromisso com você, mas você tinha comigo. — Ele falava numa normalidade inacreditável, deduzi que era impossível ficar perto dele sem se sentir irritada nenhuma vez.

— Deixa eu sair daqui antes que eu resolva me irritar e brigar com você novamente. • Falei e ele riu me dando um beijo.

— Estou de bom humor, não quero brigas. — Ele disse apertando minha bunda. — Mas quero sexo, muito sexo. — Ele cochichou em meu ouvido.

— A Júlia tá aí pra isso. — Falei indo em direção a porta do quarto o deixando ali fazendo não sei o que, me vi naquele enorme corredor e em seguida na sala, onde Ansu e Ferran assistiam algo na TV e Júlia continuava naquela cadeira, nem me perguntem sobre Alice e Pedri.

Sentei-me no meio dos garotos e percebi que eles assistiam um jogo de basquete qualquer, também percebi que o jogo era mais importante que eu, pois eles nem deram bola para a minha presença, só se deram conta dela quando deu comercial.

— Tá uma merda esse jogo, na real. Me diz como o cara pôde errar aquela cesta? — Ansu comentava incrédulo e eu só sacudia a cabeça como se compreendesse.

— Tá muito falhado mesmo, prefiro ver o Real Madrid gostar pra você ter ideia. — Ferran disse cruzando os braços.

— O que você acha sobre isso, Martínez? — Ansu me perguntou e eu fiz uma cara estranha. — O cara errou aquela cesta, vê se tem cabimento.

— Nossa... Que ruim... — Eu tentava formar uma opinião. — Muito ruim mesmo.

— Você nem entende sobre isso. — Ansu riu. — Eu estava zoando. — Dei um tapa nele.

— Martínez, você está aí. — Alice surgiu do corredor com alguns fios de cabelo arrepiados e sua maquiagem não existia mais, eu e os garotos nos entreolhamos e rimos.

— Onde está Pedri? — Ferran perguntou.

— Dormiu. — Alice respondeu simples.

— Você cansou ele tanto assim? — Ansu disse e eu dei outro tapa nele enquanto ria.

— Não da bola para ele, Alice. — Falei para ela que estava um pimentão.

— Está tão na cara assim que eu e Pedri estávamos... — Ela não conseguiu terminar a pergunta.

— Não, claro que não, jogar xadrez sempre deixa a pessoa descabelada e sem maquiagem. — Fui irônica e os garotos riram.

— O bagulho foi frenético, hein! — Ferran disse entre risos e Alice riu voltando para o quarto, logicamente para se arrumar melhor.

Eu e os garotos zoamos mais um pouco sobre o fato e logo meus olhos pararam na cadeira de Júlia, que agora, estava completamente desocupada. Estranhei.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora