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Lana Martínez:

— Sua pirralha, idiota. — Ela avançou contra mim, mas Ferran veio correndo e a segurou. — O que você está fazendo aqui? É com Gavi que você está se envolvendo? É uma vadia mesmo.

— Como você ousa me chamar de vadia? Olha pra você. — Falei furiosa tentando me soltar dos braços de Pablo, mas estava sendo impossível.

— Eu só não acabo com você aqui, porque você se envolve com o meu chefe e esse emprego é minha vida. — Ela dizia sem nenhum medo de que eu pudesse estragar a vida dela contando tudo para meu pai, talvez ela não tivesse essa preocupação.

— Seu chefe? Que chefe? — Perguntei sem entender.

— Além de tudo é burra. — Ela disse e eu logo me liguei olhando para Gavi.

— Chefe? Como assim? — Perguntei à ele.

— Eu sou dono disso tudo, Lana. — Ele respondeu dando de ombros, eu não tinha percebido isso. — Você deveria prestar mais atenção nas coisas... E pelo visto, eu também, pois não sabia que a garota das bebidas era sua madrasta. — Ele disse arqueando as sobrancelhas.

— Garota? Essa daí já é bem antiga. — Falei. — Ah, e diga "X". — Falei pegando meu celular e tirando uma foto dela. — Porque seu show acabou.

— Você acha mesmo que seu pai vai me largar?
Ele não vive sem mim. É só inventar uma desculpinha boba que ele cai na rede direitinho. — Ela dizia com um sorriso nos lábios me enchendo de ódio.

— Que desculpa você vai inventar, Ana? "Ah, eu só trabalho semi nua porque foi o único emprego que eu consegui com o meu nível de inteligência para comprar minhas máscaras faciais, eu não queria pedir dinheiro para você, amor" — Ironizei uma desculpa.

— Boa ideia. — Ela disse e eu consegui me soltar dos braços de Gavi partindo para cima dela e a derrubando no chão, logo montando nela e dando tapas consecutivos em sua cara, ela se agarrou em meus cabelos e eu mudei para socos fazendo seus lábios e supercílio sangrarem, nem eu estava acreditando em minha força.

— Tá, chega, Lana. — Pablo disse me tirando de cima dela. Rindo, ele banalizava qualquer situação, impressionante. — Adoro briga de mulher, me deixa louco. — Ele disse mas eu nem bola, pois estava ocupada chamando Ana de tudo quanto é coisa.

— DEMITE ELA, GAVIRA. DEMITE. — Gritei. — CHAMA OS SEGURANÇAS, TIRA ESSA VADIA DAQUI. — Gavi me olhou pensativo.

— Não, Sr. Gavira, você não pode me demitir por causa dessa garota, todos sabem que trabalhar para você é minha vida. — Ela disse com um tom malicioso na voz, e eu concluí que ele já haviam transado, fiquei mais nervosa ainda.

—  Eu vou falar tudo para o meu pai e ele vai deixar você. — Eu disse e ela riu.

— Você não se atreveria...

— Ah é, por que não?

— Ele não ia gostar de saber que a filhinha dela se envolve um gangster e muito menos que você esteve por aqui... Se eu afundar, você vai junto. — O que Ana falou, foi de se pensar, meu pai nunca aceitaria eu andar por esses lados, ele sempre foi do tipo que sonhou o melhor para mim.

Se ele descobrisse meu envolvimento com Gavi, ou melhor, descobrisse que Gavi era um gangster ele poderia tomar atitudes drásticas.

— Isso não vai ficar assim, Ana. — Falei e Gavi começou a me empurrar em direção à um sofá qualquer, o qual eu sentei totalmente perdida, aquela musica alta já estava começando a me fazer mal. Eu não sabia o que eu iria fazer perante a essa situação. Eu apostaria no tempo.

— Aquilo foi demais. — Gavi disse rindo. — Você fez minha noite.

— Nossa, olha minha cara de felicidade. — Disse irônica. — Como ela consegue enganar meu pai desse jeito? Para ele, ela trabalhava com cobranças.

— Ah, claro, ela cobra cinquenta reais por noite. — Gavi riu.

— Ela é prostituta também? Ela dorme com homens por dinheiro? Você está me dizendo isso? — Perguntei incrédula.

— É, já vi ela saindo com vários homens daqui, digamos. Homens com grandes poderes aquisitivos claro. — Ele disse simples e eu precisava matar Ana.

— Você foi um. — Chutei.

— Eu disse isso?

— Nem precisa. — Falei, eu não tinha nem mais lágrimas para chorar. Agora sim que eu não voltaria para a casa.

— Faz bastante tempo. — Ele tentou se explicar, e ele nunca se explicava para mim. — E se isso te consola, eu estava bêbado. E se eu soubesse que ela era tua madrasta...

— Tinha transado do mesmo jeito. — Completei a frase.

— Verdade. — Ele deu de ombros.

— Você é outro ridículo. — Falei em um mau humor terrível.

— Ah, não, Lana. Não vem com as porras das suas paranoias porque eu não sabia de nada. — Ele disse sendo grosso.

— E que diferença faz? Se soubesse ia fazer igual.
— Falei. — Mas o que tá me preocupando é meu pai, ela não podia ter feito isso, meu pai tem seus defeitos, ele errou pra cacete comigo, mas não merece isso.

— Mas pelo o que eu vi, os três são errados. — Pela primeira vez Gavira disse algo totalmente verdadeiro.

— Como assim? — Eu já sabia o porque, mas tive que perguntar.

— Simples, Ana é praticamente uma prostituta, você se envolve comigo, um gansgster, e seu pai, bom ele não acredita em você em relação à Ana, ele não quer ver a verdade. Então os três são frutinhas podres. — Ele disse debochado. — Faz o que você quiser, Lana. Eu não estou nem aí pra essa trama de vocês.

— Para você ver como é a vida... Se eu não tivesse te conhecido eu não estaria na merda, mas também nunca iria descobrir a verdadeira face de Ana, se bem que eu já tinha uma noção.

— Você fala como se me conhecer tivesse sido a pior coisa da sua vida, mas todos sabem que não é bem assim. — Gavi disse provocativo. — Vou pegar algo para beber. — Ele disse simples e foi em direção ao bar. Continuei ali com uma expressão horrível.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora