Possessivo - Pablo Gavira

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Lana Martínez:

— JÁ VAI. — Gritei enquanto eu descia as escadas em direção a porta, a qual alguém batia loucamente. Olhei no olho mágico e gelei ao ver Cecília, ela não podia me ver assim. — JÁ ABRO, DEIXEI A CHAVE LÁ EM CIMA. — Menti e saí correndo, tropecei três vezes na escada enquanto subia e dei de cara com Alice.

—!Quem é? Por que está nervosa? É Gavira? Ah, deixa que eu resolvo. — Ela estava prestes à descer, mas eu a puxei.

— Não. — Falei enquanto eu entrava em meu quarto, indo em direção ao banheiro. — É Cecília e ela não pode ver esses cortes no meu rosto. —
Falei enchendo a cara de pó e base.

— Cara, isso tá estranho. — Alice disse. — Ficou forçado pra caralho.

— Porra, Alice, me ajuda. — Disse nervosa e ela fez uma maquiagem onde omitiu um pouco os cortes.

— Perfeito. — Falei. — Qualquer coisa invento uma desculpa qualquer. — Desci correndo e logo abri a porta para Cecília.

— Onde você estava ontem, menina? Seu pai tentou te ligar, eu tentei te ligar, seu celular está fora de área, o que aconteceu?

— Ah, Cecília. Você sabe como eu sou, né? Deixei meu celular cair no chão com tudo e quando vi, o coitado estava todo quebrado, tive que colocar fora, pois nem conserto tinha.

— Lana, seu pai estava super preocupado atrás de você, me ligou umas quinhentas vezes ontem, eu tive que dizer algumas mentiras e no fim ele acreditou. — Ela disse. — Me sinto mal por ter que mentir.

— Desculpa, Cecília.

— Você estava no apartamento do Gavi, não é?

— Onde está Luara? — Mudei de assunto.

Félix havia dito que tinha deixado ela com Cecília enquanto estavam à minha procura.

— João veio hoje pela manhã e a pegou. — Ela sorriu.

— Ela está tão linda. — Sorri

— Ontem eles deixaram ela comigo, disseram que ela estava sentindo saudade da vó e coisa e tal. — Bela mentira.

— Sim, ela se apegou à você. — Falei.

— Lice. — Falei assim que Cecília foi embora. — Preciso urgentemente de outro celular, se não, meu pai vai pirar.

— Vamos sair e comprar um novo. Tem dinheiro o suficiente? — Ela perguntou.

— É, podemos dizer que tenho minhas economias. — Falei e Alice sorriu, mas ela percebeu que eu estava fazendo o máximo de força para não pensar em Gavira.

[...]

— O que você acha desse, Martínez? — Ela perguntou enquanto estávamos vendo alguns celulares.

— É legal, mas eu quero um igual ao meu, que raiva, minha vontade é ressuscitar Jude só para fazer ele pagar um novo. — Falei.

— Boa ideia, aí depois eu mato ele. — Rimos. — Então ali está, um IPhone. — Ela disse apontando para o aparelho.

— Vai levar esse? — A vendedora perguntou.

— Sim. — Sorri.

— Tá. Então passe por aqui. — Ela disse e nós fomos até o local de pagamento, peguei meu cartão de crédito, um cartão que meu pai me dera para usar apenas em caso de emergência, então, esse era um caso de emergência. No momento seguinte, eu estava saindo da loja com o celular novo. E o melhor de tudo: número novo. A mulher perguntou se eu não queria recuperar meu outro numero e tal, mas achei melhor mudar, sim, por causa de Gavira.