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Lana Martínez:

Três dias depois.

— Nunca pensei que um dia você e aquele idiota teriam paz. Sério. Já estava na hora de vocês serem felizes um pouco. — Alice disse e eu ri. — Não estão mais brigando?

— Batemos o nosso recorde. — Falei. — E você e
Pedri?

— Estamos bem, voltamos. Mas eu ainda estou meio magoada com o que ele fez.

— Vão ficar de conversinha ou vão fazer as atividades? — A professora chamou a atenção.

— Essas garotas não calam a boca. — Gabriela reclamou. — Eu quero me concentrar, que saco.

— Garota, você está mexendo em seu celular. —
Revirei os olhos.

Pablo Gavira:

— Pablo Gavira? Aqui é o professor de Luara. —
Aquele boiola me ligou.

— E o que deu, boi... ah... qual seu nome mesmo?— Perguntei.

— Marc. — O cara disse simples. — Eu liguei para lhe dizer que sua filha está passando mal, ela vomitou duas vezes, eu aconselho você a pegá-la e leva-la em um médico, percebi que é uma pequena virose, mas mesmo assim a leve, para não se tornar algo grande. — Desliguei o celular na cara dele e saí correndo para pedir permissão para poder sair dessa porra, eu corria por aqueles corredores em direção da sala da diretoria, até que trombei em alguém.

— Puta que pariu. Não olha por onde... Lana? —
Ela estava parada em minha frente.

— Preciso ir ao banheiro. — Ela disse. — Qual o motivo da sua pressa?

— Luara... — Marc ligou e disse que ela vomitou, eu tenho que ir para lá o mais rápido possível.

— Nós temos. — Ela me corrigiu e eu ergui uma sobrancelha

— Ah. é? E como você vai sair?

— Peça sua permissão e me espere lá fora, eu farei tudo o mais rápido possível. — Ela disse segura e eu entrei como um furacão na sala daquela diretora.

— Senhor, Gavira. — Ela ajeitou a gola da camisa. — Precisa de algo?

— Sim, preciso sair, minha... minha filha está doente e eu tenho que pega ela na creche.

— Você tem uma filha? — Ela estranhou o fato. —
Tão novo...

— É, acontece. — Tentei ser o mais educado possível. — Posso sair?

— Sim, claro. Melhoras para a sua filha. Deve ser tão linda quanto o pai. — Ela tentou fazer uma voz sensual, mas estava velha demais para isso, então a única coisa que aconteceu foi meu estômago ter embrulhado.

— Obrigado. — Saí rapidamente da sala e corri para o estacionamento onde estava meu carro, Lana estava com a perna quebrada, então deduzi que ela não iria fazer nada rápido, mas mesmo assim, esperei, ela era unica que saberia o que fazer perante á essa situação.

Lana Martínez:

— Ah... — Falei meio alto para chamar a atenção assim que eu entrei na sala. — Não estou me sentindo bem. — A professora olhou-me rapidamente achando que fosse algum efeito do acidente.

— Tudo bem, Lana? — Ela perguntou.

— O que aconteceu, Martínez? — Alice perguntou inocentemente.

— Aquelas dores de novo. — Falei.

— Você não quer ir até a enfermaria? — A professora perguntou.

— Lice, vamos comigo? — Ela assentiu rapidamente e nós saímos.

— O que aconteceu? — Ela perguntou enquanto esperávamos o elevador. — Você está bem? — Sorri e contei que era fingimento, eu apenas precisava sair, contei o fato de Luara. — Ah, sim. Vou te ajudar. — Entramos no elevador e em seguida estávamos no andar da diretoria, ignoramos totalmente a enfermaria.

— Senhora. — Alice entrou e eu estava abraçada nela, como se precisasse de algum apoio, mesmo estando com as muletas ali.

— O que aconteceu? — Ela olhou rapidamente

— Lana não está sentindo muito bem. — Fiz cara de dor.

— Preciso ir para a casa e descansar meu corpo, está doendo. — Tentei ser o mais realista possível.

— Vou ligar para o seu pai, só um minutinho. —
Ela disse pegando o telefone.

— NÃO. — Eu e Alice gritamos em uníssono, a diretora nos olhou assustada — É que... ele está trabalhando, você sabe e não é nada grave, só que o médico disse que se eu sentisse alguma dor, era para eu descansar. — Menti.

— Tudo bem, você está liberada. — Ela me entregou um papel que eu tinha que mostrar na saída. Foi mais fácil do que eu pensava, porém eu precisava ser rápida.

— Vou te levar até a saída, hoje á noite levo seu material para você. — Ela era a melhor amiga do mundo.

— Gavi? — Chamei sua atenção, ele estava encostado no carro, impaciente.

— Porra, Lana que demora. — Ele meio que me xingou. — Entra de uma vez. — Ele disse rude pegando minhas muletas e colocando no banco de trás, em seguida me ajudou à entrar, tomou seu lugar e nós saímos, antes eu chequei para ver se ninguém estava olhando.

— Desculpa, não precisa ser grosso. — Ele não disse nada, continuou com os olhos na direção, vi preocupação em Gavi e preferi nem discutir, afinal eu também estava preocupada com Luara.

[...]

— Onde está minha filha? — Gavi entrou meio alterado na creche, até esqueceu que minha perna estava quebrada e eu não conseguia acompanhar ele.

— Calma, Gavira. Ela está bem. — Senhorita Iasmin tentou acalmá-lo. — Está dormindo, vou pegá-la, espere. — Ela disse e saiu rapidamente, em seguida, voltou com Luara adormecida em seus braços e a entregou para Gavi que pegou a pequena com carinho. Me aproximei deles e acariciei os cabelos de Luara, ela era tão perfeita.

— Nós vamos levar ela em um médico próximo. — Falei. — Obrigada, por cuidarem dela.

— É o nosso trabalho. — Marc disse sorridente.

— Vamos, Lana. — Gavi disse, olhando feio para Marc, ele havia pegado uma implicância muito grande com o cara. Saímos e fomos para o carro, Gavi disse que a levaria em um médico amigo seu que havia uma pequena clínica por perto, apenas assenti. — Chegamos. — Ele disse descendo do carro, Gavira estava tão estranho, tão grosso, tão seco, eu já estava começando à estranhar.

Desci também com uma pequena dificuldade, enquanto Gavi pegava Luara no banco de trás, ela acordou e olhou em volta tentando reconhecer o lugar que estava.

— Awn, princesa, acordou. — Beijei suas bochechinhas, ela estava com uma carinha de sono tão fofa. Coloquei minha mão em sua testa e Luara estava quente, deduzi que era febre. — Ela está com febre, Gavi. — Falei meio assustada.

— Vamos logo.

— Droga. — Ele disse assustado. — Será que foi o DVD do Tupac? — Revirei os olhos e fiquei quieta.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora