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Lana Martínez:

Caralho, eu saí daquela sala totalmente perdida e sem reação alguma, eu ainda não acreditava no que Gavira acabara de falar, será que eu havia entendido certo? Ele era apaixonado por mim?

Não, acho que não, eu nunca fui a melhor em quesito de interpretação. Eu estava totalmente perdida em meus pensamentos, eu não conseguia compreender aquilo, com certeza eu havia entendido errado, ou estava sonhando, qualquer coisa, menos Gavira ser apaixonado por mim, isso estava fora de cogitação.

— Lana, acorda. Terra chamando. — Ansu me tirou do transe.

— Ah, oi. Vocês vieram? — Falei ainda meio conturbada ao ver os garotos naquela corredor.

— Bom, acho que sim. — Ferran riu. — Como está Pablo? Nós viemos assim que Cecília nos falou.

— Ele está bem... Quero dizer, não sei se está tão bem, ele acabou falando umas coisas fora da realidade.

— Que coisas? — Pedri perguntou.

— Prefiro não comentar. — Falei, droga, aquilo não saía da minha cabeça, eu iria morrer pensando nisso. Logo me dei conta que meu pai não estava ali. — Vocês não viram um cara que estava aqui?

— Alto, fortão? — Ferran perguntou.

— Esse mesmo. Meu pai, no caso.

— Seu pai? Puta que pariu. — Ansu falou. — Se eu não fosse um Barcelonars, juro que me cagaria de medo dele. — Nós rimos. — Mas enfim, eu vi ele dizendo para Cecília que iria pegar algo para comer.

— Ah, daqui à pouco ele volta. — Disse simples. — Droga, será que foi isso mesmo que eu entendi? • Era para ter ficado apenas em meu pensamento, mas eu acabei falando alto.

— Isso o que? — Ferran arqueou as sobrancelhas.

— Desculpa, pensei alto demais. — Ri sem graça. — Alice não veio com você? — Perguntei à Pedri.

— Você e suas perguntas idiotas, está vendo ela aqui? — Tá, ele tinha razão, porém não precisava ser tão grosso.

— Pô, cara. Manera nas grosserias. — Ansu o repreendeu.

— Deixa, Ansu. Já estou acostumada. — Falei.

— Claro, você pegava o Gavi. — Ferran deu de ombros. — Mas sabe... Agora que você não é mais propriedade dele... Sabe né... O "Ferran Delícia" está aqui. — Ele disse e arrumou as sobrancelhas, eu e os garotos ficamos o olhando com a cara mais estranha do mundo.

— E aí tu acordou, né. — Ansu disse. — Até porquê, todos sabem que a Lana... Quer eu. — Puta que pariu, eu mereço.

— Na verdade, eu quero comer. — E saber se o que Gavi havia dito era verdade. — Estou morrendo de fome. Vou ver se encontro meu pai.
Tchau. — Falei piscando, e indo em direção ao meu pai. — Pai, você está aí. — Falei ao avistar ele sentando em uma mesa qualquer comendo algo. — Me dá um pedaço, pelo o amor de Deus. — Falei abocanhando seu hambúrguer.

— Você não pode ver comida né... — Ele murmurou.

— Estou com fome. — Dei de ombros.

— O que você quer comer? — Ele perguntou.

— Qualquer coisa, você que vai pagar. — Sorri para ele e pedi algo.

— Eu estava aqui pensando. — Ele começou à dizer. — Desde que eu vi esse Gavi hoje, eu tenho o pressentimento que já vi ele algum lugar. — Engoli em seco.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora