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Lana Martínez:

— Você está muito afiadinha hoje, não acha? — Gavi dizia me encarando sério. — Acho que você tem que se lembrar com quem está convivendo e se pôr no seu lugar. — Eu apenas o olhava. — Está vendo o meu braço? — Ele disse me mostrando o mesmo. — Ainda está vermelho por causa daquele tapa. Odeio que encostem em mim, Lana. Você não tem noção. A maioria das pessoas que me agrediram antes, pode ter certeza, não estão em um lugar nada bom. — Ele disse e riu, e eu estava enojada com a frescura daquele garoto. — Ah, e também tem sua amiguinha que não sabe nem respeitar o território dos outros, isso é falta de surra mesmo.

— Depois sou eu que extrapolo em relação as coisas, olha o drama que você está fazendo. —
Falei revirando os olhos.

— Drama? — Ele riu. — Eu só estou pondo você no seu lugar.

— Ah, então perdeu seu tempo, porque eu já sei muito bem o meu lugar.

— Não parece e você está demonstrando isso agora, me enfrentando. — Ele disse. — Não faz coisa para se arrepender, Lana. — Isso soou como um aviso.

— Por que eu me arrependeria? — Perguntei arqueando as sobrancelhas e Gavi me olhou firme, tentando controlar-se da raiva.

— Por que? — Ele riu.

— É, por que?

— Porque eu já disse, sou impulsivo, Lana. Se eu tiver que te quebrar todinha, eu farei isso. Não me tira do sério. — Ele disse apertando meus braços com força.

— Você está me machucando. — Falei tentando me soltar. — Para, Gavi. — Pedi. — Ansu, Ferran. — Gritei tentando alguma ajuda.

— Cala a boca, Lana. Isso aqui é entre a gente.
Ninguém mandou querer dar uma de espertinha. — Ele disse e os garotos bateram na porta, ouviram meu chamado. — Podem ir seus boiolas, deixa que a gente se resolve aqui.

— Não, me tirem daqui. — Pedi, eu não gostava daquela forma de Gavira.

Gavira me olhou bravo, agarrou um de meus braços e me jogou na cama, fazendo eu cair com certa violência e logo semi-abriu a porta, colocando só sua cabeça para fora.

— Não se metam. — Ouvi ele dizer para os garotos. — Essa garota tem que aprender a me respeitar, eu tenho que me impor e deixar ela bem na linha.

— Pega leve, Pablo. Não quero ter que brigar com você. — Ansu deu seu recado e ele e Ferran se retiraram, Gavi fechou a porta e voltou seu olhar para mim que continuava atirada na cama do mesmo jeito que ele me jogou.

— Você não precisa fazer tudo isso, eu não te fiz nada, seu retardado. — Falei acariciando meu
braço.

— As vezes... — Gavi dizia vindo em minha direção. — As míseras coisas, são as que mais me incomodam. — Ele riu pelo nariz, irônico. — Como o jeito que falam comigo, como se quisessem se impor sobre mim, ou até mesmo quando me batem de brincadeira, que nem você fez. Odeio isso

— Não bati em você de brincadeira. — Eu sempre tinha que dificultar as coisas. • Te dei aquele tapa porque você mereceu, olha a merda que você falou, aprende a me respeitar porque eu já disse, não sou nenhuma das suas vadias. — Falei levantando-me daquela cama.

— Eu não deixei você levantar, Lana. — Gavi disse. — Eu mando, você obedece.

— Você está confundido as coisas. — Falei.

— Não, pode ter certeza que as coisas estão bem em ordem, e eu vou te dizer porque: Você está na minha casa, de baixo do meu teto, existe uma hierarquia aqui, onde eu estou no topo.
Entendeu?

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora