Possessivo - Pablo Gavira

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Lana Martínez:

Eu e Ansu já estávamos naquele carro esperando Pedri, Ferran e Gavi já fazia um tempo, eu havia me acalmado um pouco, mas não o suficiente, pois ainda estava com medo do que Pablo pudesse ter feito com Bellingham.

Logo avistamos os três e mais uns monte de homens atrás deles.

— Graças à Deus. — Ansu falou para si mesmo.
Gavi falou algo para aqueles homens e eles logo entraram e seus carros e partiram. Gavira veio até sua Ferrari e entrou fazendo um leve comprimento de mão com Ansu que logo saiu e foi para o seu próprio carro e Ferran entrou em seu lugar, no banco do carona enquanto Gavi estava no banco do motorista e nem havia me olhado, perguntado se eu estava bem ou coisa e tal, apenas arrancou a porra do carro.

— Martínez, você quer parar para comprar um água? — Ferran disse.

— Eu não vou parar porra de carro nenhum, quero ir pra minha casa, ela que tome água lá. — Pablo se intrometeu, ele estava bravo comigo e eu não entendia o porquê. Ah, claro. Minha boca. Pênis do Jude. Porém eu não tinha culpa e Gavi tinha que entender isso.

— O que você fez com Jude? — Perguntei.

— Por que? Tá chateada por que não pôde o boquetear direito? — Ele perguntou com deboche em sua voz.

— Eu não estou ouvindo isso. — Falei. — Eu não estava indo fazer aquilo por vontade própria, seu idiota. Ele disse que era a única maneira de eu sair de lá.

— Por que não escolheu morrer? — Ele disse dando de ombros.

— Nossa, Pablo... — Eu caí no choro sem terminar o que eu ia falar, aliás, eu nem sabia o que eu ia falar, Gavira havia tirado todas as minhas palavras.

— Não seja cruel, cara. — Ferran me defendeu. — Bellingham era amigo dela e tal, mas ele é um gangster e ameaçou ela de certo, a garota não é acostumada com isso, dá um desconto. Você não viu a boca dela cortada? Ele a agrediu, com certeza deve ter metido um psicológico nela, acorda Pablo. Só sabe julgar, você tem que aprender a ver o interior das coisas. — Quase que eu agarrei Ferran ali mesmo, Gavi ficou quieto, pois sabia que estava errado.

Chegamos no estacionamento do prédio e todos estacionaram seus carros, desci do carro de Gavira em estado deplorável, meu vestido estava intacto, mas eu havia sido obrigada a deixar meu salto naquela mata porque Ansu queria ir mais rápido, então eu estava descalça.

Entramos no elevador e ambos estávamos quietos, menos Ferran e Pedri.

— Pô, foi um dia e tanto. Até que me diverti. — Pedri disse. — Pena que perdemos a boate, mas isso é o de menos. — Como que ele pode ter se divertido? Esses garotos são de outro mundo, só pode.

Olhei-me no espelho do elevador e pude ver um
"eu horrível" eu tinha meus cabelos bagunçados e o canto de minha boca machucada, não havia sido um corte muito profundo, mas ardia um pouco. O que fazia ele parecer tremendo era o sangue que ali tinha, eu também tinha um leve corte no supercílio, nesse eu não havia me ligado, minha cabeça estava dolorida de tanto que Jude havia puxado meu cabelo. Até eu comecei a desejar sua morte.

Chegamos no andar e os garotos conversavam como se nada tivesse acontecido, mas Gavi ainda se mantinha quieto, muito quieto.

Entramos no apartamento e os garotos logo se jogaram no sofá exaustos, Gavi foi direto para o quarto.

— Senta aí, Martínez. — Ferran me chamou e eu sentei ao lado dele no sofá. — Não liga para Gavi, ele ficou com ciumes, apenas isso.

— Verdade, ele acha que você realmente queria algo com Jude. — Ansu disse vindo com um copo d'água em uma das mãos me entregando. — Nós sabemos que não é verdade só pelo mordidão que você deu naquele lugar. — Ansu disse e não conseguiu reprimir um riso.