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Lana Gavira:

Acordei com Luara pulando na cama, ou em cima de mim, tanto faz.

— Acóida, acóida. — Ela gritava e o jeito foi acordar, pois dormir não dava mais. Olhei as horas e era cedo, faltava uma hora para Luara ter que se arrumar para a creche, todos ainda estavam dormindo.

— Vem com a mamãe. — Luara no colo e saímos do quarto dela indo para o meu quarto e o de Gavira, onde o mesmo estava atirado na cama ferrado no sono. — Não faça barulho. — Falei.

— Tá bem, Luara não vai fazê barulo. — Ela disse aquilo alto.

— É, estou vendo. — Entrei no banheiro e coloquei Luara de pé na tampa da privada. Peguei sua escovinha de dente e coloquei sua pasta preferida. — Quero ver você fazer isso sozinha. — Falei sorrindo e entreguei a escova para ela. — Mas não é que a princesinha está aprendendo a escovar esses dentinhos sozinha?

— Não está cedo demais? — Gavi entrou no banheiro, me dando um leve susto.

— Eu já xei escovar os dentinhos sozinha, óia. — Luara se mostrou para Pablo.

— Parabéns, estou impressionado. - Pablo disse e beijou a lateral do meu pescoço enquanto eu escovava meus dentes, fiquei meio tensa. — O clima está bem ruim. — Ele disse saindo do banheiro. — Maria não virá hoje. — Pablo gritou, me avisando, ela era nossa empregada.

— Vou pedir para Ferran levar Luara na creche. — Falei simples, em seguida saí do quarto com Luara vindo atrás de mim.

— Voxê não vem, papai? — Ela perguntou á Pablo.

— Mamãe não me quer por perto.

— Maizê eu quelo, poique eu te amo. — Ela disse e Pablo a pegou no colo e beijou suas bochechinhas.

— Papai também te ama.

— Voxê ama a mamãe também? — Ela perguntou.

— Muito. — Pablo disse e eu respirei fundo saindo daquele quarto.

— Expelaaaaa. — Luara veio correndo atrás de mim.

— Não corre, se não você vai cair. — Falei.

— Tchau, mamãe. Tchau, papai. — Luara se despediu antes de Ferran levá-la para a creche.

— Tchau, meu amor. Se comporte, sem brigas. — Luara tinha um longo histórico de ataques contra seus coleguinhas da creche, não era à toa que ela era filha de Pablo.

— Mas já sabe, se algum malandrinho mirim tentar alguma coisa, o que tem que fazer? — Pablo perguntou.

— Dar pau nele. — Luara disse.

— Isso, essa é minha garota. — Ele disse e eu revirei os olhos. Em seguida Ferran saiu com ela.

— Não vai para a aula hoje? — Pablo perguntou à mim.

— Daqui à pouco, hoje vai começar um pouco mais tarde.

— Que horas?

— Na hora do almoço mais ou menos, aí eu vou almoçar na universidade. — Menti.

— E aí, pessoas do meu coração. — Ansu disse descendo as escadas. — Isso soou gay.

— Você é gay. — Pablo disse.

— Onde você se meteu ontem? — Perguntei.

— Isso só Deus sabe, Laninha. — Ele disse passando por mim indo em direção à cozinha, em seguida voltou mordiscando uma maçã.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora