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Lana Martínez:

— Cara, eu não sou nenhuma popstar. — Falei meio impaciente. — A única popularzinha dessa escola é Gabriela, e não, eu não quero ser igual á ela, muito obrigada. — Acho que acabei sendo meio rude.

— Tá, desculpa, eu não queria te ofender. — Ele disse assustado.

— Eu que te peço desculpas. — Falei. — Então, eu ainda não sei seu nome. — Falei apenas para aliviar as coisas, eu acabara de ser uma ogra.

— Pode me chamar de Frenkie. — Ele deu um sorriso, que só para constatar, era lindo. — Quer dar uma volta por esses corredores empolgantes enquanto faltam trinta minutos para bater? — Alice olhou para mim e depois para ele após ele fazer o tal convite.

— Pode ir, Martínez. Eu fico aqui com os meus novos amigos. — Ela sorriu, mas eu não queria ir, Gavira era louco, se ele estivesse na escola e me visse com outro garoto ele poderia matá-lo.

— E então? — Frenkie me tirou de meus pensamentos.

— Frenkie, eu...

— Não aceito não como resposta. Vamos. — Ele disse levantando e me puxando pelas mãos, eu dei um riso tímido e o segui até a saída do refeitório. — Você já tinha me visto pela escola antes? — Ele perguntou enquanto caminhávamos.

— Não. — Falei sem graça. — Desculpa.

— Tudo bem, sei que não sou interessante. — Ele brincou.

— Não é isso, eu que não presto atenção nas coisas mesmo.

— Então quer dizer que você me acha interessante? — Ele me olhou e logo coçou o queixo e eu vi que as coisas já estavam indo para outro lado.

— Você faz parte do time? — Mudei de assunto.

— Sim. — Ele deu de ombros e bem na hora o capitão do time de futebol passou o cumprimentando.

— Que sorte hein, De Jong. — O cara falou e olhou para mim, em seguida desapareceu pelos corredores.

— Eu sei. — Frenkie disse baixinho e eu fingi que não ouvi. — Seu olhar... — Frenkie disse e eu não entendi.

— Meu olhar o que? — Perguntei.

— Transmite tristeza. — Porra, estava tão na cara assim? — Tem algo errado? — Como eu poderia dizer para ele que vi o garoto que eu amo com outra ontem?

— Não, só estou cansada e com sono. Está cedo e ainda tem os horários da tarde. — Reclamei e em seguida sorri para aliviar as coisas.

— Essa vida de estudante não é fácil. — Ele riu também.

— Concordo.

— Então Sr. Gavira, amanhã você já pode estar aqui... — Eu e Frenkie demos de cara com a diretora e Gavi ao virar o corredor. Gavi parou de prestar atenção na mulher e pôs seus olhos em mim, ele tinha uma aparência de quem não havia dormido a noite inteira. — Sr. Gavira, tudo bem? — A diretora chamou sua atenção. Vi os olhos de Gavi passar por Frenkie e o olhar com uma fúria implícita.

— Vamos, Frenkie. — O puxei.

— Desculpa aí, diretora. Amo a senhora. — Frenkie disse em tom de brincadeira e logo nós saímos do caminho deles, meu coração estava quase saindo pela boca e o pouco que eu tinha de bom humor havia se ido. — Está tudo bem, gata?Você está quase pálida. Ah, já sei, você é mais uma dessas garotas que babam por Gavi. — Ele cruzou os braços revirando os olhos.

— Não fala merda. — Fui rude novamente.

— Porra, você é bipolar ou algo do tipo?

— Te interessa? Vou voltar para a sala, tchau. — Falei deixando Frenkie ali sem entender nada, droga, eu fui muito grossa e tudo isso por ter visto Gavi, aquele garoto era capaz de acabar com todo o meu humor. Me encostei em um armário e respirei fundo, procurando forças para seguir até a sala, meu coração começou a se apertar novamente e a cena de Gavi e Júlia veio em minha cabeça. Fui para o ginásio que por minha sorte estava aberto e não tinha ninguém, sentei-me em algum lugar da arquibancada e fiquei ali, decidida à entrar somente nos períodos da tarde, mandei uma mensagem para Alice avisando que a encontraria depois, ela perguntou se eu não queria que ela matasse esse período comigo, mas eu disse que não, eu queria ficar sozinha.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora