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Lana Martínez:

— LANA, VOCÊ JÁ ESTÁ PRONTA? —Meu pai gritou, enquanto eu quase me matava para vestir minha calça jeans.

— QUASE. — Gritei de volta. Meu pai chegou do trabalho e simplesmente anunciou que era para eu me arrumar rápido, pois iríamos encontrar Cecilia em um restaurante. Desisti da calça da jeans e voltei para o meu guarda roupa procurando um vestido, achei um perfeito. Corri para o banheiro, fazendo uma maquiagem rápida e arrumando meus cabelos. Coloquei meus sapatos e em seguida estava pronta. — DEU. — Gritei saindo do quarto e logo descendo as escadas. — Pronto, Senhor Martínez. Podemos ir. — Falei e ele levantou-de do sofá indo em direção à porta.

— Tranque a porta. — Ele disse e logo nós estávamos á caminho do tal restaurante, fui o trajeto inteiro de olho em meu celular, esperando uma mensagem ou algo de Gavira, nós não nos falamos desde o dia anterior, quero dizer, ele havia me mandado uma mensagem cedo, mas eu não me contentava muito com isso. Eu já estava ficando deprimida. E se ele tivesse se arrependido?

— Senhor Martínez. — Pelo visto o cara do restaurante ja conhecia meu pai. — Você tem lugar reservado, certo? — Ele disse. — Por aqui...— Ele nos levou até a mesa e nós sentamos.

— Daqui á pouco Cecília está aqui. — Ele disse simples e deu um sorriso, eu apenas assenti, sem parar um minuto de mexer em meu celular. — Aconteceu alguma coisa? — Meu pai perguntou. — Lana? — Ele chamou minha atenção mais uma vez, pois eu estava distraída.

— Oi, o que? — Falei perdida.

— Aconteceu algo?

— Não, por que?

— Você não largou esse celular um minuto. — Ele reclamou.

— Ah, é que... Estou falando com Alice. — Falei e não, não era mentira.

— Vocês e essa amizade inseparável. — Ele disse e eu ri, logo vi Cecília entrar no restaurante toda feliz.

— Oi, que droga, eu sempre me atraso, mas hoje eu estava na correria. — Ela disse ofegante, sentando-se ao lado de meu pai. — Como vocês estão? — Ela perguntou sorridente.

— Bem. — Fui curta. — Estava cuidando de Luara? — Perguntei.

— Não, ela está com a babá. — Ela respondeu e eu senti um certo ciumes reinando em mim e se Gavi não tivesse me ligado porque ele estava comendo aquela babá azeda? A qual eu não conhecia, mas já ouvi ele dizer que ela era gostosa, droga. Eu sabia que Gavira era capaz de dar um deslize bem no início do namoro, fiquei mais angustiada ainda, minha vontade de ir embora já era maior que tudo. — Está tudo bem, querida? — Cecília sentiu minha tensão.

— Sim. — Minha voz saiu fina por causa da mentira, meu pai olhou-me desconfiado.

— Não acredito muito nisso. — Meu pai disse.

— Mas pode acreditar. — Tentei dar meu melhor sorriso. — E então, Cecília, o que fez hoje o dia inteiro? — Perguntei para mudar de assunto.

— Nossa, nem me lembre. — Ela riu levando uma das mãos a testa. — Foi uma correria, trabalhei pra caramba.

— Então somos dois. — Meu pai entrou no assunto. – Vida boa tem a Lana, que só estuda. — Os dois riram.

— Nada a ver isso, Senhor Martínez. — Falei. —
Pode parando. Você não sabe como as matérias do terceiro ano são difíceis, tem toda essa preparação para a faculdade que acabam ralando a gente. — Falei.

— Quando você começar à trabalhar, vai sentir falta, hein? Escuta o que eu te digo. — Ele disse e eu assenti rindo, logo meu pai e Cecília entraram em uma conversa apenas deles e eu continuava de olho em meu celular, trocando mensagens com Alice. Mensagens do tipo "Acho que ele se arrependeu." e Alice dizia "Cala a boca, se arrependeu porra nenhuma" e então, nós começávamos a discutir.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora