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Lana Martínez:

— Eu não aguento mais essa tala, tira o mais rápido possível, doutor. — O médico riu enquanto eu implorava sentada naquela maca, eu estava louca para me ver livre daquilo.

— Calma, garotinha. O processo já vai começar, é algo bem simples.

— Lana é ansiosa assim mesmo. — Meu pai se pronunciou.

Em seguida, um segundo médico entrou e fez o procedimento de tirar minha tala, em pouco tempo, eu podia sentir o vento em minha perna.

— Maravilha. — Falei sorridente, não desci da maca e era estranho andar normalmente. — Porém, está fedendo. — Falei e todos riram. —
Posso ir agora?

— Sim, senhora. — Um dos médicos sorriu.

— Vamos pai? — Meu pai apenas assentiu, ultimamente ele andava estranho e grosso comigo, por qualquer motivo me xingava ou fazia algo que resultava em meu choro, já estava ficando tudo insuportável.

— Bom, hoje como eu vim como você aqui... — Meu pai disse enquanto nos encaminhávamos até o carro, eu parecia uma retardada dando pulinhos aproveitando a liberdade de minha perna. — Dá para você me ouvir? — Meu pai foi rude e eu entrei no carro.

— Fala. — Perdi meu humor.

—Então, como eu vim com você aqui hoje no horário de meu trabalho, vou ir para o escritório mais tarde hoje, então isso significa, que eu voltarei mais tarde e também significa que eu quero você em casa. — Fiquei quieta, pois hoje era o dia que Gavi me levaria para jantar.

— Tá. — Disse simples.

Chegamos em casa e a primeira coisa que eu fiz, foi subir as escadas correndo, eu sentia falta de fazer aquilo.

— E não pense que você vai ficar em casa, se arruma e eu te levarei para a escola. — Meu pai gritou cortando meu barato.

Me arrumei e em seguida eu estava pronta para entrar nos períodos da tarde, tudo o que eu não
queria.

Meu pai me levou até até a escola e eu fiz questão de pedir um carro novo, a resposta foi não, ele andava estranho ultimamente e me tratando como uma merda.

— Você parou de se encontrar com Gavira? — Ele tocou no assunto.

— Não foi isso que você ordenou há alguns meses atrás? — Fui meio rude.

— Exatamente. — Saí do carro e entrei na escola, peguei a autorização para poder entrar na sala e fui em direção a mesma.

— Minha perna voltou a funcionar. — Falei rindo para Alice enquanto eu sentava ao lado dela. — Onde está a professora? — Perguntei ao ver que todos estavam fazendo a maior bagunça na sala e a professora não se encontrava.

— Em algum lugar da vida. — Alice respondeu.

— Eu estava só esperando você chegar. — Ouvi a voz de Gabriela e pus meus olhos nela.

– O que? — Arqueei as sobrancelhas.

— Isso mesmo que você ouviu. — Ele levantou-se e ficou de frente para a turma toda.

— Não estou te entendo, amiga. — Minha voz tinha tom de sarcasmo.

— Ah, sei lá, Martínez. — Ela me chamou por meu apelido apenas para implicar. — Só cansei de guardar segredo, sabe... Já faz uma semana que eu fiz aquela grande descoberta. – Ela estava falando de meu namoro com Gavira, a turma olhava sem entender.

— Já faz uma semana que você foi humilhada. — Acrescentei.

— Você viu aquilo como humilhação? — Ela rebateu.

Possessivo - Pablo GaviraOnde histórias criam vida. Descubra agora