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Lucca

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Lucca

Momentos antes da partida de Alice...

Termino de vestir o meu macacão antifogo e por fim, afivelo o cinto. Depois, ponho o boné e quando coloco o meu pé para fora da casa, o meu telefone começa a tocar. Bufo ao ver que é a Sam outra vez.

— Fala, Samantha — falo um tanto rude, escutando o seu suspiro do outro lado da linha. Contudo, ela faz silêncio por um curto espaço de tempo.

— Agora eu voltei a ser a Samantha para você? — A sua cobrança me faz fechar os meus olhos. Portanto, respiro de modo audível e monto na minha moto.

— Sam, eu não estou com cabeça...

— O capitão quer todos reunidos no pátio em meia hora. — Ela avisa, mudando de assunto.

— Ok, eu só preciso ver uma coisa antes.

— Você já devia estar no caminho. Sabe como ele é, Lucca.

— Não vou me atrasar, ok? Eu preciso desligar.

Encerro a ligação sem esperar a sua resposta, ponho o capacete e ligo o motor, ganhando o asfalto em seguida. Durante o trajeto, o meu subconsciente me fez a mesma pergunta de sempre: o que você está fazendo, Lucca Fassini?

Minha resposta? Eu não sei. Mas acredito que tenho vocação para sadomasoquismo, ou algo desse tipo, pois nesse exato momento estou a caminho do aeroporto. Não sei para que e nem o que fazer. E quando estaciono, caminho com passos largos a procura de uma certa menina loira, que está bagunçando a minha vida sem sequer pedir a minha permissão. Do primeiro andar tenho uma visão completa do grande salão. Tem muita gente nesse lugar, mas é impossível não encontrar aquela cabeleira loira, vestida em um tubinho vermelho curto e acompanhada da sua inseparável amiga Mila.

Será que ela sabe sobre nós?

O interfone avisa sobre o seu voo e eu assisto a garota impetuosa que invadiu os meus sonhos a noite toda ir embora da minha vida de uma vez. Definitivamente acabou. Três anos será tempo suficiente para limpar o meu sistema e voltar ao meu eixo normal.

Então por que me sinto um vazio à medida que ela se afasta para longe de mim?

Por que isso me incomoda tanto?

Com um grunhido de desagrado decido ir direto para a saída e quando subo na moto, escuto a voz do primo bem atrás de mim.

— Lucca, o que faz aqui?

Maldição!

Rosno mentalmente, forçando um sorriso para ele.

— Eu. vim me despedir de um amigo — minto, mantendo um tom firme na minha voz.

— Que coincidência. Acabamos de nos despedir da Alice. — Arqueio as sobrancelhas.

— Alice? — Dou uma de desentendido.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora