56 - Bônus

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Edgar Fassini

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Edgar Fassini

Quando o Lucca nasceu, encontrei ali a minha redenção... Recebi uma segunda chance e nem sei o porquê. Só sei que agarrei com unhas e dentes a minha nova vida ao lado da mulher que é e sempre será tudo pra mim. Rose era a minha força. Nunca conheci na vida mulher mais forte e determinada. Ainda me lembro da sua imagem ofegante, toda suja de sangue e segurando o meu filho que acabara de nascer em seus braços. No rosto era nítido o pavor que sentia, mas tinha o olhar decidido. Uma mão segurando firme a arma que destruiu de uma vez por todas o homem que nos separou por décadas.

Eu chorei quando segurei o Lucca pela primeira vez nos meus braços. Definitivamente foi a melhor sensação que eu tive em anos. Ele chorava. Era tão pequenino e tão frágil. E ao mesmo tempo tão forte. O meu herdeiro. Ele e a Ana eram a imagem do nosso amor que se refletia para o mundo.

Vê-lo crescer, ouvir as primeiras palavras, ensinar seus primeiros passos...

Eu amo o meu filho, mas o que me irrita nele é o sangue quente dos Fassini que ele carrega. Lucca é opinioso e cabeça dura de uma forma irritante. Insiste nessa profissão perigosa e isso me deixa sem chão... Porque eu sei que ele entrará vivo na guerra contra o fogo, mas não tenho certeza se voltará pra mim... para nós vivo. E não é por que não aprovo essa maldita profissão que deixarei gatos e cachorros pisarem no meu filho...

Por ele sou capaz de ferir e faço sangrar...

Ando pela casa humilde e escura. Apenas a luz que vem da janela ilumina a pequena sala, que comporta um conjunto de sofá de couro e uma estante de madeira escura com uma tv de led e alguns enfeites de vidro. Acendo um cigarro e dou uma tragada grande me acomodando na soleira da janela. Sim, estou fumando. Mas não é sempre que isso acontece... Só quando eu preciso acalmar o meu instinto protetor. Quando atacam os meus, vira fera... Perco o raciocínio. Parto para a briga.

Mas hoje eu só quero pegar um rato de esgoto e assustá-lo um pouco.

Um barulho no trinco da porta da frente me avisa que a minha vítima chegou. Eu solto a fumaça espeça e encaro a garota de estatura mediana e corpo esguio alheia a minha presença no cômodo. Ela entra, fecha a porta, acende a luz e solta um grito espantoso ao me vir em pé no canto da janela. Seus olhos assustados, a respiração descompassada. A garota parece que vai ter um troço a qualquer momento.

— Quem é você? — Inquire em um tom firme, mas o seu medo é notório. Então dou mais um trago no meu cigarro e me afasto da janela caminhando lentamente pelo cômodo. Pego um porta-retrato na mesinha do abajur e encaro a imagem da garagem está sorridente. Bonita, mas não vale nada.

Penso.

— Como entrou aqui? — Insiste em perguntar. Ela recua um pouco quando o meu olhar petrificado a encara. Típico do medo, do nervosismo. Sem pressa, largo o objeto no lugar e volto a encará-la. Ela faz menção de sair.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora