Lucca Fassini é um homem maduro e determinado que sabe o que quer. Além de ser um dos herdeiros das milionárias indústrias Fassini Ltda. Contudo, ele largou todo luxo e conforto da casa dos seus pais para viver o sonho de se tornar um bombeiro, pois...
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Alice
O julgamento de Renan Backer. Primeira parte.
Vocês já entraram em um tribunal federal antes? Eu não, mas, aqui estou eu. E para a minha felicidade, não estou sozinha. A Camila e a Adriana estão me acompanhando. E é claro que o meu pai fez questão de estar presente. Devo admitir, Daniel Ávila é uma onça extremamente irritada quando se trata das suas crias. O Lucca aperta levemente a minha mão e eu desperto. A nossa frente o juiz adentra o salão e todos ficamos de pé... É algo automático e quando ele se senta nos concede o direito de fazer o mesmo.
O julgamento em si não é aberto ao público. O que eu acho estupidamente hipócrita, já que o homem julgado ali, feriu a população acima de tudo. Um julgamento longo, cansativo, arrastado. Primeiro os delatores são ouvidos. E Deus do céu! Se eu fosse o juiz desse tribunal, mandaria decepar as mãos dos infelizes. Você não faz ideia. Vai muito, muito além dos papéis que eu entregue nas mãos do promotor de justiça. Em algum momento Lucca pega o celular que estava no silencioso e olha com preocupação a chamada. Ele inclina a cabeça e sua boca alcança o meu ouvido.
— Preciso ir, é urgente — avisa com voz sussurrada.
Urgente. Seria mais uma do incendiário?
Deus, isso é tão preocupante!
— Tenha cuidado! — peço mais baixo possível. Ele sai assentindo rapidamente para mim.
Um beijo. Ele nem se lembrou! É o incendiário. Penso com convicção e respiro fundo, porém, baixo. A mão de Camila toca na minha e ela me abre um sorriso encorajador. Bom, se era para me acalmar, não funcionou. E agora tenho que estar atenta a tudo isso aqui. Contudo, a minha cabeça está focada no Lucca.
— Ele só tinha que passar a maleta de dinheiro para um dos deputados e essa seria entregue ao destinatário. — Um dos ex-políticos declara.
— Quanto tinha na maleta?
— Quinhentos milhões. Isso dependia da transação.
— Quem fazia a entrega?
— Um laranja, para não levantar suspeitas. Podia ser um funcionário público, ele receberia o dele para fazer a entrega.
— Senhor André Quintana. Você é um delator desse caso. Se me vier com meias verdades, terá de mim meios benefícios. Eu quero nomes. — O promotor diz em um tom rude.
O homem olha para o advogado a sua frente e depois para o promotor e começa a citar uma sequência de nomes.
Poxa, quanto mais mexe na merda, mais ela fede.
Na sequência mais políticos são ouvidos. E eu já começo a sentir um incômodo na coluna.
— Podemos sair um pouco? Eu preciso caminhar — peço para Camila, que concorda e avisa para o Léo. E em seguida saímos do salão.