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Alice

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Alice

De dentro de meu carro posso ver a entrada do luxuoso hotel cinco estrelas onde o Renan Becker mora. São sete e quarenta e cinco da noite. A rua está silenciosa.

O movimento de pessoas e de carros tranquilos. O tempo todo os meus olhos revezam entre a entrada do hotel e a avenida que parece não ter fim. Escuto o suspiro do Téo ao meu lado no banco do passageiro.

— Tem certeza de que ele disse essa noite? — Inquire impaciente. Assinto sem nada a dizer.

Paciência, esse é o segredo. Estamos aqui a quase uma hora e meia, aguardando o momento em que aquele estuprador, mentiroso, filho da puta será preso. Paciência, esse é o segredo.

— Ali. — Digo tirando rapidamente o cinto de segurança e pegando o meu microfone. — Pegue a câmera Téo, quero que registre a chegada de promotor e de toda a sua equipe.

Saímos do carro, no exato momento em que três carros da polícia federal para em frente ao prédio chamando a atenção das pessoas na rua.

Os homens saem de dentro de carro de cara fechada, uniformizados e andando com passos firmes e rápidos para dentro do hotel.

Paciência, Alice, o seu momento vai chegar. Digo internamente.

Nunca me vi tão ansiosa por algo assim na minha vida.

Aos poucos as pessoas vão contornando o lugar. Se amontoando, perdidas em suas curiosidades. E não demora muito, alguns homens começam a surgir trazendo consigo algumas caixas, computadores, notebook, CDs.

Sorrio vitoriosa. Finalmente algo está acontecendo.

Por fim vejo o promotor sair de dentro do prédio com Renan algemado e ao lado deles há outro policial. Me aproximo vitoriosa estendendo o microfone em sua direção.

— Senhor Backer, pode nos dar uma declaração? — Inquiro em meu melhor tom profissional. Ele não diz nada, apenas anda de cabeça baixa para o carro da polícia. — O senhor está sendo preso. Qual a acusação, Senhor Backer? Estupro ou corrupção? — Inquiro.

Ele me lança um olhar venenoso por debaixo da camisa que há em sua cabeça.

— Sem comentários, por favor!

Uma mulher pede tentando me afastar dele. Impulsiva, eu me desvencilho dela e lanço mais uma pergunta.

— Senhor Backer, o senhor sabia que os federais têm provas dos seus trabalhos ilícitos durante o seu tempo de governo? Sabe como eles conseguiram essas provas? — pergunto mais uma vez.

E mais uma vez a mulher tenta me afastar dele. Eu a empurro e ela usa de força contra mim. Téo se aproxima.

— Continue filmando, Téo — peço. Ele hesita. — Vai! — Dou a ordem e ele faz. Encaro a mulher em seu terninho executivo escuro.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora