EPÍLOGO III

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Vinte anos depois

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Vinte anos depois...

Gêmeos...
E ainda por cima  idênticos...
E pra piorar a situação,  somos interligados.
O que isso quer dizer?
Bom... Digamos que costumo sentir os prazeres e desprazeres do meu querido  irmão.
É sério...  Tipo...
Se ele está feliz... Eu estou feliz.
Se por algum motivo estou triste...  Ele está triste.
O mesmo acontece com os outros sentimentos... Raiva.  Êxtase.  Cansaço e tudo mais.

O contrário do Henrique, sou praticamente o cara de gelo.
Enquanto ele deixa transparecer suas alegrias e espontaniedades, eu procuro manter a minhas emoções intactas, de modo que ninguém as veja ou perceba... Com exceção do Henrique, esse sabe de tudo, mesmo que eu não lhe conte nada... Se é que vocês me entendem.

Escuto o som da gargalhada do meu irmão do lado de fora do hangar me despertando dos meus pensamentos mais deprimentes.

Ele acaba de descer de um dos  aviões da empresa  e  carrega consigo a pesada mochila de equipamentos.
Solange -  a nossa Sol -  está ao seu lado.

Uma linda e estotiante ruiva, alta e de corpo esguio que tem mexido tanto comigo, quanto com o meu irmão nesses últimos meses..
Ela está usando um par de óculos escuros, que esconde os lindos e escuros olhos apertados.
Os cabelos estão amarrados em um rabo de cavalo perfeito, o que não impede que a brisa forte brinque com os fios acobreados, os jogando de um lado para o outro, em algumas vezes, os jogando em seu rosto oval cheio de minúsculas sardas.

Observo o movimentos do quadril largo, abraçado a  um jeans azul  surrado e rasgado na altura dos joelhos.
A camiseta regata trás um desenho que ela ama de paixão... A Pucca beijando um Garu mal honrado, enquanto pequenos corações apaixonados flutuam ao redor do casal mais agraciado da tv americana.

Ela diz algo bem próximo do seu ouvido e o meu irmão abre um sorriso largo e cheio promessas.

Respiro fundo e baixo a cabeça fingindo que estou lendo a papelada sobre a minha mesa, assim que Henrique abre a porta do escritório e os dois adentram o cômodo ainda dando boas risadas.

Nossos olhos se encontram com cumplicidade.
Henrique pode não ter ouvido da minha própria boca, mas ele sabe que guardo algum sentimento pela minha melhor instrutora de paraquedismo.

Sol Dikman,  está conosco desde que inauguramos a Radical Sports Fassinis -  RSF.
Ela,  juntamente com uma equipe de mais cinco funcionários  fez esta escola decolar  do dia pra noite.
Ele arqueia as sobrancelhas de modo sugestivo e segue para o corredor estreito para guardar os equipamentos.

_ Olá lindinho!_ Ela diz pra mim, abrindo um sorriso que amo.
É um tipo de regra da Sol.
Eu sou o lindinho.
E meu irmão  é o bonitinho.
E como ela sabe quem é quem?
Dou de ombros.
Não faço a mínima ideia.
Posso ser o coração de gelo para os outros, mas para ela, eu sou praticamente uma larva encandescente amolecida.
_ Olá Sol! Como foi a aula de hoje?_ Pergunto de forma descontraída.
Ela sorri.
_ A garota é até corajosa. Mas você precisava ver o piti que o namorado dela deu lá em cima.
Sorrio largamente.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora