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Lucca

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Lucca

— Como você está? — O sargento pergunta assim que entro na sua sala.

— Estou bem! — Ele me lança um olhar sério e destemido.

— Sabe que o Joe errou durante a missão, não é? — inquire. Provavelmente ele quer me fazer sentir melhor. Mas não está ajudando muito. —Lucca, tanto você quanto qualquer um aqui sabe que precisa questionar, vasculhar, antes de tomar qualquer decisão. Joe não sabia o que encontraria dentro daquela sala e mesmo assim ele abriu aquela porta. Foi imprudente...

— Eu sei. —O interrompo baixo, porém, impaciente. — Mas não foi fácil ver o meu amigo ser engolido pelo fogo daquele jeito.

Respiro profundamente.

— Eu tentei avisá-lo, mas... Meu Deus! — As palavras saem agoniadas da minha boca e eu solto o ar com força.

— Olhe para mim, Lucca. — Ele pede e eu faço. — Todos sabemos que quando entramos em uma batalha contra o fogo dependemos uns dos outros ali. Temos a obrigação de cuidar um do outro. Mas também sabemos, que quando entramos dentro de uma fornalha estamos sozinhos. Tudo pode acontecer. E nada, nem ninguém pode evitar isso. Então não se culpe. — aconselha-me. Apenas assinto.

De certa forma ele tem razão, mas é inevitável sentir a dor da sua perda. Joe era um grande amigo, quase como um irmão para mim. Nos conhecemos quando ainda éramos recrutas, fizemos as provas juntos e iniciamos no mesmo quartel. O homem era uma pessoa excepcional, bom conselheiro e um bom amigo.

— Estou com o laudo do incêndio da garota. — Ele diz despertando a minha atenção. — O médico legista disse que ela morreu antes de ser atingida pelo fogo.

— Como assim? — Ajeito-me na cadeira.

— Gil chegou até a sala, mas algo atingiu a sua cabeça. A pancada em si causou a sua morte antes que atingisse o seu objetivo.

— Que tipo de coisa?

— O laudo não específica. Mas acho que parte do telhado. Não sei. — Assinto mais uma vez.

— Foi uma fatalidade— Tento me convencer disso, porém, me sentindo vazio.

— Isso. Assim como foi com o nosso amigo Joe. Uma fatalidade. — Solto mais uma lufada de ar. — Eu sinto muito, Lucca! — Meneio a cabeça, aceitando as suas condolências porque não há o que dizer diante dessa situação. — Você está dispensado. — Sem contestá-lo, me levanto e faço continência, e caminho para a saída da sala. — Lucca? — Ele volta a me chamar. — Tem uma garota. O nome dela é Jessica. Ela é novata.

Viro-me para olhá-lo nos olhos.

— Hoje seria o dia do treino dela com Luciana, mas a Lu me ligou. Ela não vai poder vir hoje. Será que você...

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora