Prólogo - II

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Prólogo

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Prólogo

Segunda parte.

Alice

Chego em casa com o dia já claro. Tiro os saltos altos e após pagar o motorista, saio táxi e caminho descalça pela passarela de pedras brancas, e em seguida, abro a porta da sala bem devagar. São cinco e quinze da manhã e meus pais ainda devem estar dormindo. Essa é a primeira vez que durmo fora de casa e pensar nisso, me faz sorrir da lembrança do que aconteceu na noite passada e durante toda a madrugada.

Lucca Fassini. O homem é mais velho do que eu dezessete anos, mas vamos combinar que ele é uma delícia de homem! Não sei por que, mas eu nunca gostei dos carinhas da minha idade. Eles me parecem bobos, inexperientes demais e sem graça. Os homens mais velhos têm o sabor de pecado e eu gosto da experiência, da pegada e para minha felicidade, eu tenho um desses dentro da minha família. Ando pela ampla sala, levando a mão a boca para segurar uma risada, só de pensar no que ele fez comigo a madrugada inteira. Ui, dá um calor! Que o meu pai nem sonhe com isso! Penso. Sigo para as escadas e quando subo o primeiro degrau, escuto o som forte da sua voz atrás de mim.

— Onde estava, Alice? — Paro abruptamente e puxo a respiração. Calma Alice! Calma! Digo para mim mesma. Respire fundo e dê a sua melhor desculpa. Viro-me de frente para o meu pai que está em pé no meio da sala, usando apenas um pijama azul marinho e me encarando duramente. Abro o meu melhor sorriso como uma boa menina e vou até onde ele está.

— Dormi na casa de Camila, pai. Desculpa, o celular descarregou e eu...

— Não tinha um telefone na casa da sua amiga? — inquire com autoridade, me interrompendo. Automaticamente faço cara de santinha sem perder o meu sorriso.

— Pois é, pai, até tinha um telefone, mas confesso que fiquei com vergonha de abusar demais. Será que pode me perdoar, hum? — peço com voz manhosa. Logo o leão feroz fica manso e ele me puxa para um abraço.

— Tudo bem, filhota. Só não faz mais isso, tá? — Afasto-me do seu abraço carinhoso e lhe olho nos olhos.

— Eu prometo! Agora, posso ir para o meu quarto? Estou morrendo de sono — ralho em meio a um bocejo e Daniel me olha inquisitivo. Dou de ombros. — Não consigo dormir bem na casa dos outros.

— Da próxima vez venha direto para sua casa — pede.

— Claro. Te amo, pai! — Eu o beijo e sigo para as escadas com um sorriso satisfeito. Essa foi por pouco! Penso em um suspiro.

Dentro do meu quarto, volto a pensar na noite quente que tivemos. Deus, aquelas mãos! Nossa, que mãos são aquelas?! E o sabor daquela língua atrevida e astuta? Aquele corpo firme e duro. Ai Deus, aquele homem é uma perdição!

Livro-me das minhas roupas, deixando-as cair pelo chão e entro no chuveiro. Debaixo da água fria as lembranças invadem a minha mente com mais intensidade. Eu sei que Lucca costuma ir em alguns bares todas as sextas com os amigos, porque é a sua folga no dia seguinte. E não pensem que foi uma puta de uma sorte encontrá-lo ali ontem. Foi preciso pelo menos três viagens perdidas para conseguir o encontro da noite passada. Dou de ombros. Convencer Camila a me acompanhar foi a coisa mais fácil desse mundo. Depois, o resto foi comigo.

Deixe-me esclarecer um pouco as coisas. Eu sou Alice Ávila, a garota que não pede e sim, a garota que pega. Não costumo esperar acontecer, eu faço acontecer. Meu único empecilho é o meu pai. Isso até enquanto eu permitir, enquanto não encontro um motivo para brigar. Por enquanto tudo não passa de uma simples brincadeira... e que brincadeira! Saio do banho e sigo de volta para o meu quarto, ponho uma roupa de dormir e vou até as cortinas, as fecho, bloqueando a luz do dia e me jogo na cama logo em seguida.

Estou exausta. Acabada mesmo. Fecho os meus olhos, mas, simplesmente não consigo dormir. Ainda estou sentindo os lábios dormentes devido os beijos selvagens que recebi na noite toda. O calor de suas mãos agressivas apertando o meu corpo, cada parte dele ainda estão mornas em minha pele. Ainda consigo sentir o roçar dos seus dentes mordiscando a minha pele. Puxo a respiração.

Se desligue Alice, você precisa dormir. Me repreendo, porém, infelizmente o sono não vem. Bufo me sentando na cama e o meu celular faz um sinal de mensagem. Eu o pego em cima do criado mudo e paraliso com o que vejo.

... Lucca Fassini.

Você se esqueceu.

Em seguida vem uma foto em anexo. A minha calcinha pendurada no seu dedo indicador. Eu devia estar irritada com ele. Não, na verdade, eu devia estar puta da vida com ele, mas ao invés disso, abro um sorriso safado e resolvo digitar uma resposta atrevida.

... Alice Ávila.

Fica com ela de recordação.

Caramba, ele está digitando uma resposta. Meu coração acelera e eu me pego ansiosa pela resposta.

... Lucca Fassini.

Eu vou guardá-la como meu amuleto da sorte.

Sentirei o seu cheiro todas as noites antes de dormir.

Tenha uma boa noite, atrevidinha!

Meu sorriso se alarga. Então lhe dou uma resposta tão atrevida quanto.

... Alice Ávila.

Já é de dia delícia.

... Lucca Fassini.

Não para nós dois.

Sonhe comigo, porque irei sonhar com essa noite maravilhosa.

... Alice Ávila.

Nesse caso, boa noite!

Porra, o que estamos fazendo? Isso é loucura, não é? Eu sei que é, mas, o mais esquisito é que eu estou gostando dessa brincadeira. Largo o celular de volta no criado mudo e volto a me deitar na cama, e mesmo sentindo o coração pular no peito, com esse sorriso bobo estampado no rosto, e me sentindo fascinada com essa situação eu finalmente consigo dormir. E para piorar a situação, além dessas sensações estranhas e maravilhosas dentro de mim, deixo o Lucca invadir os meus sonhos com os seus toques, as suas vozes sussurradas e com os seus beijos quentes.

 E para piorar a situação, além dessas sensações estranhas e maravilhosas dentro de mim, deixo o Lucca invadir os meus sonhos com os seus toques, as suas vozes sussurradas e com os seus beijos quentes

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Ainda estou estática com o beijo da novinha no tiozão...
Esses dois prometem viu...
Até o próximo capítulo amores.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora