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Bônus

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Chefe Maison

— Encontramos a garota, chefe. Vamos precisar de uma ambulância urgente. — A voz do Lucca ecoa pelo rádio e um sorriso involuntário surge em meus lábios.

De fato, Lucca Fassini é um homem determinado. E é um dos meus melhores homens, mas essa sua determinação as vezes o põe em apuros. E isso é tão irritante quanto é inspirador. E com satisfação lhe respondo prontamente.

— Já temos uma aqui. Saiam agora!

Faço sinal para que os homens ligarem as mangueiras e mandarem os jatos para os andares onde o fogo está mais intenso. Está na hora de pôr um pouco de controle nesse lugar. Contudo, meu coração acelera com violência quando escuto mais um estralo na estrutura abandonada.

— Isso não é bom! — resmungo baixinho e aperto o botão do rádio para pedir mais informações. Entretanto, escuto o barulho de um estrondo que me deixa apreensivo. E um alívio toma conta de mim quando vejo o Rafa passar pelas portas largas com a garota em seus braços. Ele caminha a passos largos direto para uma ambulância e a garota logo é rodeada de cuidados pelos paramédicos. Logo atrás dele, vejo uma parte da equipe sair e aguardo o Lucca, e os outros, mas eles não vêm.

— Onde eles estão? — Inquiro exasperado. Rafa olha para trás, para os poucos homens do lado de fora e depois para mim.

— O chão desabou e eles foram engolidos.

— Deus do céu! — sibilo apavorado, e fechando os meus olhos.

Os homens que estão trabalhando no combate ao incêndio param transtornados e fixo os meus olhos no prédio.

Preciso retomar o controle dessa situação. Penso.

— Continuem! — berro uma ordem. — Apaguem logo a droga desse fogo! Precisamos resgatar os nossos homens. — Logo eles acordam do seu estado de torpor e voltam ao trabalho...

Mas para o meu desespero, o incêndio resiste aos ataques dos jatos d'água por longos minutos e passamos pelo menos uma hora aguardando o momento certo de ir ao resgate. Do lado de fora há duas ambulâncias aguardando. Os peritos observam a estrutura e nos dão apenas alguns minutos para tirá-los de lá, antes que tudo venha ao chão de vez. Uma equipe de dez homens adentra o prédio a procura do Lucca e de parte da equipe. O chão parece uma cratera gigante, não sobrou muito onde pisar. Com cautela olhamos o buraco profundo e escuro.

— Peguem as cordas. Vamos descer e ver como estão as coisas lá embaixo — peço e quando os homens se preparam para descer, me ofereço para ser o primeiro.

— LUCCA?! GIL?! DANI?! ALGUÉM?! — Começamos a gritar enquanto nos espalhamos pelo local.

À medida que andamos, tiramos algumas pedras, paus e resíduos das mobílias do nosso caminho. E de repente um sinal começa a soar alto e forte debaixo dos escombros. Corremos imediatamente na direção do som.

— Meu Deus! — sibilo, olhando para o tamanho do concreto que está em cima de Daniel.

— Eu... não consigo respirar, chefe. — Ele diz com dificuldade.

— Calma. Vamos tirá-lo daí o mais rápido possível — falo, tentando manter a calma.

— Mandem os paramédicos aqui embaixo! — Peço pelo rádio.

Não demora e começamos um trabalho minucioso de resgate. Andréa, a paramédica aplica uma injeção no nosso bombeiro, enquanto os homens amarram a enorme pedra. Lá em cima um esquadrão se une para fazer força para puxar o pesado concreto. Logo Daniel está livre e em cima de uma prancha, usando um colete protetor no seu pescoço. Aos poucos vamos encontrando os nossos homens. Lucca foi o terceiro da vez. Ele está desacordado e tem muitas escoriações. Temo que ele seja um dos mais afetados.

Do lado de fora a equipe decide ir direto para o hospital acompanhar de perto nossos irmãos feridos.

— Maison? Como está o meu filho? — Edgar Fassini inquire autoritário assim que adentra a sala de espera, acompanhado de sua esposa que não me parece nada bem.

Conheço bem o Edgar. Somos amigos de anos. Na verdade, nos conhecemos em um bar muito antes de Lucca se tornar um bombeiro. Em alguns bons momentos cheguei a frequentar a sua casa, mas isso acabou no instante em que aceitei seu filho caçula em minha corporação. Ele não entende que isso é algo que nasce conosco. Está no nosso sangue e é impossível dizer que não.

— Ainda não tivemos notícias. — Digo. Ele bufa de modo audível.

— O que aconteceu?

O que dizer? São problemas corporativos e não devo passar nenhuma informação para um civil qualquer. Mas olhando para outro lado, Edgar não é qualquer civil. Ele é Edgar Fassini, o homem que faz as coisas acontecerem, não importa como. Ele faz.

—O piso desabou quando ele finalizava o resgate de uma garotinha. — Ele estreita os olhos, unindo as sobrancelhas.

— Por que eu sinto que tem algo a mais nisso tudo? — Inquire especulativo. Puxo a respiração.

— Porque há. Mas aqui não é lugar e nem hora para termos essa conversa, Fassini — retruco sério.

— Você tem sorte de a minha esposa estar precisando de mim agora. Ou eu faria você soltar a porra dessa língua agora mesmo — rosna de um modo frio. Engulo em seco.

— Quero saber o que está acontecendo Maison. Sem rodeios e sem meias palavras. E não me importa se vocês têm regras ou não. Amanhã. Nas primeiras horas do dia estarei em sua sala — resmunga áspero e se afasta, indo para sua esposa.

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⏰ Última atualização: Oct 21, 2024 ⏰

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