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Alice

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Alice

— Camila? Aconteceu alguma coisa? — pergunto assim que atendo a sua ligação.

— Você pode vir ao meu apartamento? — Uno as sobrancelhas com estranheza.

— Agora?

— Sim. Por favor! — Percebo um tom de nervosismo em sua voz.

— O que está acontecendo, Mila? — Procuro saber.

Ela suspira audível.

— Quando você chegar, eu te conto tudo. — A ligação é encerrada e eu encaro o meu namora, que me lança um olhar interrogativo.

Dou de ombros.

— Não vai me dizer o que houve? — Ele inquire preocupado.

— Eu não sei. Mas ela não me parecia nada bem. Pode me deixar no prédio da Mila? O meu carro ficou no estacionamento da praia.

— Claro. — Sinto certa tensão na voz de Lucca, mas resolvo deixar isso para depois. Deve ser por causa do seu trabalho. Penso. Minutos depois, deixo um beijo casto na sua boca e saio do veículo, seguindo para dentro do prédio de apartamentos.

***

Em uma fração de segundos aio apressada do elevador, direto para o apartamento na cobertura. Ansiosa, toco a campainha e insisto duas vezes estranhando a sua demora em me atender.

— Mila, sou eu. — Elevo a minha voz, batendo na madeira com insistência e finalmente a porta se abre para mim.

Mila parece cautelosa, porém, seus olhos parecem amedrontados enquanto ela fita o corredor a procura de algo... ou de alguém. Mas é o fato de ela puxar-me bruscamente para dentro e de fechar a porta com força, passando a chave nela em seguida que me preocupa.

— Mas, o que há de errado com você? — indago exasperada. Seus olhos me fitam. Arregalados e vidrados.

— Eu... recebi uma ameaça, A.— Arqueio as sobrancelhas, depois as encolho analisando essa afirmação.

Céus!

— Ameaça? — indago quando ela se afasta, adentrando a sala de estar. — Que tipo de ameaça? — Vou atrás dela.

Camila pega um envelope escuro em cima da mesinha de centro e me estende. Curiosa, seguro-o e o abro, tirando de dentro dele papel escrito com recortes de jornais e de revistas.

"Seu silêncio será a sua sobrevivência. Quando não se sabe manter a boca fechada, acidentes podem acontecer."

Extasiada, me deixo cair sentada em um sofá, encarando o bilhete por um tempo. Contudo, ergo os meus olhos para a minha amiga, que está apreensiva e trêmula a minha frente.

— Quando isso chegou?

Ela dá de ombros.

— Eu não sei. Mirela recebe as correspondências para mim. Ela sempre as deixa sobre a mesa de centro. Quando vi que tinha algo para mim, abri, prensando ser algo da minha mãe. E me deparei com isso. — Ela suspirando alto, sentando-se do meu lado.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora