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Lucca

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Lucca

— Isso é lindo, Lucca! — A voz espantada da Alice me desperta da minha inspeção minuciosa. Sorrio para ela que parece encantada com o lugar.

— Vamos ver o resto — sugiro a puxando pela mão e seguimos para a área de laser. Uma área extensa com uma variedade de piscinas e espreguiçadeiras e um bar montado no centro em um estilo tropical, com palhas secas formando um belo quiosque, coqueiros artificiais e tudo mais. O barco se parece com um parque de diversões, do tipo romântico e requintado – se é que isso existe.

Enfim o navio entra em movimento rumo ao alto mar. Alice e eu ficamos na lateral um abraçado ao outro. Apreciamos as águas calmas e as pessoas que vieram se despedir de alguns viajantes. Quando já estamos distantes já não vemos mais ninguém por perto, aproveito para beijá-la como se não houvesse amanhã.

O dia passa de modo que não o vemos passar por nós. Depois dos beijos quentes e devoradores lá no convés, regados a toques salientes e gemidos sôfregos, fizemos um amor desprovido e lento ali mesmo para não chamar a atenção. Contudo, continuamos em nosso quarto e não paramos mais. Porra, estou muito feliz que ela tenha aceitado vir comigo.

Alice sai do pequeno banheiro com uma toalha branca na cabeça e a outra envolvendo o seu corpo. Eu estou completamente nu, espalhado na cama e apreciando a bela mulher em pé na minha frente.

— Sua vez, amor e ver se não demora, porque estou faminta! Você me deixou sem comer o dia inteiro.

— Não seja reclamona, amor! — Resmungo em tom de brincadeira.— Porque eu trouxe morangos para você.

— Hum, como se só isso fosse me alimentar. — Reclama. Eu saio da cama e tento seguir para o banheiro, mas Alice enlaça o meu pescoço e me puxa para um beijo.

— Eu te amo! Obrigada por me obrigar a vir! — sussurra séria, enquanto acaricia o meu cabelo. Entretanto, a puxo ainda mais para mim e a beijo com intensidade.

— Obrigado por vir! Agora deixe-me ir antes que eu te jogue nessa cama e inicie mais uma maratona de sexo — rosno e ela revira os olhos.

Uma hora depois estamos indo para o salão de festas. Alice está vestindo um elegante vestido de alça única preto, com o comprimento acima do joelho, estupidamente colado ao corpo. Eu estou usando um jeans preto com uma camisa de botão da mesma cor, com as mangas dobradas até o meu antebraço. O roteiro dizia que seria um jantar estilo Black Tie. Seguimos direto para a área vip... É claro que eu quis o pacote completo.

Dessa noite não passa. Penso ansioso. Puxo a cadeira para Alice e espero ela se acomodar e sigo para minha cadeira, sentando-me de frente para ela.

No salão um ritmo lento e instrumental toca em som ambiente. As pessoas, na grande maioria casais conversam em tons de sussurros. Um garçom traz a entrada, aspargos com presunto de Parma. Alice parece deslumbrada com tudo isso aqui. Sutilmente olho o relógio... Está chegando a hora. Estou nervoso. Sinto as mãos suarem demasiadas e o coração covarde bater fora do ritmo.

Após o prato principal, a música instrumental para e a voz de Adele se espalha pelo salão. Em inglês ela dá boa noite aos convidados e diz o quão está emocionada por estar no Brasil em uma missão de fogo. Sim, ela está aqui para uma ocasião especial. Alice acha graça de seu comentário, porém, limpo a garganta e me levanto da cadeira, lhe estendendo a mão. Alice parece confusa com a minha atitude.

— Nós ainda não provamos a sobremesa — Diz.

— Eu peço para levarem para você no quarto — falo ainda com a mão estendida.

Ela põe o guardanapo sobre a mesa e segura a minha mão, levantando-se da cadeira em seguida. Sigo em direção das escadas e quando chegamos no topo posiciono Alice de frente para mim. Em inglês Adele pede que os convidados olhem para o alto. Alice empalidece e respira fundo. Somos os únicos aqui em cima. Seus olhos lindos e confusos me encaram e eu tiro a caixinha do bolso e me ajoelho aos seus pés.

— Oh meu Deus! — Ela sussurra, levando a mão ao rosto.

— Já passamos por tantas coisas, não é? — Começo a dizer. O som da minha voz ecoa pelas caixas de som do grande salão através de um pequeno microfone em minha camisa, fazendo Alice olhar ao redor. — Temos um amor forjado a ferro e fogo — declaro com um meio sorriso. Alice começa a sorrir, mas tem lágrimas escorrendo pelo rosto delicado. — Alice eu pensei em mil e uma maneiras de fazer isso, mas não há uma forma fácil, nem programada. Então aqui estou eu.

Puxo a respiração com força e a solto de modo audível.

— Alice eu quero muito uma vida diferente. Durante anos não encontrei uma mulher que me fizesse estremecer por dentro, que me causasse um rebuliço. Que me fizesse pensar em ser único e exclusivamente de alguém, mas você fez isso. Me fez pensar em um futuro distante. e fez ver que uma família minha era tudo o que eu precisava.

Engulo em seco.

É agora!

—Alice, você quer se casar comigo? — Ela apenas me olha e o seu silêncio me deixa inseguro.

— O que eu posso dizer, bombeiro? Forjado a ferro e fogo? — Brinca, me fazendo rir. — Sim. Eu digo sim, Lucca Fassini!

Puta que pariu, eu quase infarto agora!

No entanto, me levanto e a puxo para um beijo faminto e forte sobre uma salva de palmas estridente de todos no grande salão. Quando me afasto tiro o anel da caixinha e o encaixo em seu anelar.

— Eu te amo, Alice Ávila! — declaro emocionado. Alice puxa a respiração e seca as lágrimas e depois faz um sinal para um garçom. Agora sou eu quem está confuso aqui. O rapaz traz um microfone e a entrega e ela me lança um olhar indecifrável. Sem entender nada eu me afasto um pouco mais e ela se põe a falar.

— Você disse que eu te faço pensar no futuro. — Ela diz e eu faço um sim timidamente com a cabeça. — Disse que te faço pensar em uma família só sua. — Estou ainda mais confuso.

Onde ela quer chegar com isso? Alice leva a mão a barriga sequinha e faz um carinho ali.

— Então eu acho que ele veio no momento certo, não é? — Inquire com a voz embargada.

Contudo, ainda estou olhando a mão acariciando a barriga e engulo em seco quando procuro os seus olhos. Tento falar, mas as palavras não vêm. Tento me mexer, mas parece que grudei no chão. Eu só consigo olhá-la de um modo pasmo e as lágrimas vem sem que eu espere.

Grávida.

Ela está falando sério?

Eu vou ser pai?

Alice entrega o microfone e vem para mim. E só então tenho uma reação.

Caralho, eu vou ser pai, porra!

Eu a seguro em meus braços e a tiro do chão girando com a minha mulher em meio a um beijo cheio de lágrimas de felicidade. As palmas voltam com força e Adele começa a cantar Set Fire To The Rain. No entanto, me perco no tempo, modo e lugar. Somos apenas ela, eu e o nosso bebê.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora