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Alice

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Alice

Abro os meus olhos sentindo uma dor lancinante em minha cabeça. Tento me lembrar o que aconteceu e logo as imagens do Renan Backer dentro do meu apartamento se projeta na minha frente. As palavras frias... Os puxões de cabelos... A arma em minha cabeça... Com um gemido dolorido tento me levantar e ver aonde estou. Não sei... Parece um porão escuro. Na parede em um canto bem alto há uma pequena janela de vidro, mas não consigo ver nada lá fora, tão pouco aqui dentro.

— SOCORRO!!!— Grito na esperança de alguém me escutar. — TEM ALGUÉM AÍ?! — Repito o ato pelo menos umas três vezes.

Não ouço nada. Solto um suspiro frustrado. Como eu pude ser tão burra???O tempo todo Téo e o Lucca estavam certos... A cadeia não segurou Renan por muito tempo. Filho da puta! Xingo mentalmente. Tateio o lugar na semiescuridão do cômodo procurando um interruptor ou alguma porta, qualquer coisa que me dê uma luz de onde estou ou uma saída. Encontro o trinco da porta. Eu o giro e forço a porta, mas ela está trancada de chave. Me debato forte contra a madeira tentando abri-la e nada acontece. O impacto faz minha cabeça doer ainda mais e eu levo a mão ao local machucado. Volto cautelosa para a janela e volto a pedir socorro. Grito até me cansar e me dar por vencida.

Me sento no chão e fico ali quieta. Penso em como eu vou sair dessa? A quietude do lugar me faz adormecer.

***

Abro os meus olhos meio ressaltada. Lá fora o dia já começa a raiar. Eu tento ver algo através da pequena janela, mas é alto demais, não dá pra ver nada além das folhas secas amontoada no canto da janela. Ao meu redor já é possível ver alguma coisa...Algumas poucas caixas de papelão em um canto de parede. Um colchão velho e rasgado do outra lado do cômodo e só. Sigo para as caixas e forço a abertura de uma delas. Além das bolinhas de isopor encontro alguns papéis... Documentos e imagens que não tenho condições de ver agora...

Droga essa dor não para nunca? Resmungo internamente.

O dia se arrasta e Renan não dar as caras aqui. Está quente e o calor está insuportável. Aqui não entra vento, só uns poucos raios de sol. Sinto muita sede e fome também. Lá fora dá para perceber que o sol está forte, então imagino que já é de tarde. Me sento no colchão fino no canto da parede e inclino a minha cabeça apoiando em meus braços, que estão apoiados em meus joelhos.

Será que ele me deixou aqui para morrer?

Respiro fundo e penso em Lucca, na minha família. Deus, eles devem estar como loucos a minha procura.

***

A noite chega novamente e eu já me sinto sem forças. Do lado de fora escuto alguns passos... Ou penso que sejam passos, não tenho certeza. Me forço a ir para a janela e volto a gritar por socorro.

— OI! TEM ALGUÉM AÍ? PRECISO DE AJUDA! — Não escuto mais nada lá fora. Deus, estou começando a entrar em desespero. Sinto os meus olhos queimarem com lágrimas que querem vir à tona.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora