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Lucca

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Lucca

— Por que não pensamos nisso antes? Se encontramos essa ligação, encontraremos o incendiário. — Edgar ergue o copo em um brinde e toma toda a bebida em seguida.

***

Passo em casa rapidamente e pego algumas roupas da Alice, jogo tudo em uma bolsa e saio imediatamente. Enquanto ponho a bolsa no banco de trás, o celular faz um som de mensagem. Estremeço só de ouvir o barulho do sininho tocando. Entro no carro e abro a tela do celular. Respiro aliviado ao ver que é o Rafa me convidando para beber e conversar. Mando uma mensagem dizendo que não dar. Quando ligo o motor do carro, alguém bate no vidro da janela me fazendo sobressaltar. Eu baixo exasperado o vidro e encaro o homem assustado.

— Podemos conversar? — Ele pede nervoso. Contudo, olho o relógio.

— Claro. — Saio do carro e vamos para dentro da minha casa. Ofereço o sofá para o senhor Hélio se acomodar.

— O que aconteceu?

— Recebi um telefonema. Cara eu estou me tremendo inteiro.

— O que disseram?

— Posso beber alguma coisa?

— Claro. Me desculpe! — Vou até o bar de canto e sirvo uma pequenina pena dose de uísque.

— Uma dose tripla por favor. — Ele pede. O encaro especulativo. Hélio tem as mãos trêmulas. Está ofegante e pálido.

— O que disseram no telefone, Hélio? — questiono, mas ele entorna o copo todo de uma vez, respira fundo e me olha receoso.

— Disseram que eu fui o culpado pela morte da minha filha — fala, iniciando um pranto dolorido.

— Como assim?

— Eu não sei. Não entendi. Mas a pessoa deixou bem claro que matou a minha filha por minha causa.

— Meu Deus! — rosno contrariado. — Você sabe que não nada a ver com isso, não é?

— O que eu sei é que a minha família se acabou, Lucca. Se a minha mulher souber disso, ela não vai suportar. Eu sei que ela vai me deixar.

— Era uma voz de homem ou de mulher? — Procuro saber, mas ele faz um não com a cabeça.

— Eu não sei. Era um tipo de voz eletrônica.

Bufo audivelmente. Depois de ouvi-lo se lamentar por longos minutos, Hélio está mais calmo, tento convencê-lo a voltar para sua esposa e corro para os braços de Alice. Preciso dela. Preciso senti-la perto de mim.

***

A encontro no seu antigo quarto, na casa dos seus pais, que por sinal é do estilo bem menininha. Ao me ver, ela corre ansiosa para os meus braços. Eu a abraço forte e a beijo cheio de saudades. Preciso falar para ela sobre o que está acontecendo, mas primeiro preciso me sentir em casa outra vez. A beijo estupidamente faminto. Quase que a devorando inteira. Logo a pequena fica entregue e ofegante. Faço pela primeira vez um amor lento e gostoso com ela. Apreciando cada segundo juntos a ela. E quando tudo termina, vem o calor do seu abraço e o silêncio. Essa parte, me faz pensar em mil e uma situações ao mesmo tempo.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora