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Lucca

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Lucca

O inferno perde pra isso aqui. O local chega a ficar vermelho com o fogo abrasador consumindo tudo que vê pela frente, de uma forma rápida demais. É difícil respirar com o teor do calor que nos rodeia. A fumaça densa dificulta a nossa visão. Para onde se olha, só de ver uma coisa... O terror abrasador devorando tudo a sua frente.

— Lucca, me dê notícias! — Meu chefe pede através do rádio. Eu puxo a respiração com um pouco de dificuldade. Contudo, forço minha visão, mas é quase impossível ver alguma coisa além da fumaça e das chamas.

— Estamos no décimo quinto andar, chefe. E seguindo para o décimo sexto — aviso quando alcançamos mais um lance de escadas.

— Tente ser rápido, Lucca. Vocês estão ficando sem tempo.

Olho para o sinal do meu oxigênio. Droga, a luz está amarela.

—Só mais três andares, chefe — insisto, subindo mais alguns degraus.

Atrás de mim vem mais sete bombeiros, a maioria da companhia 198. Estamos em um dos maiores prédios residenciais do Rio, bem no coração da cidade. O incêndio começou no décimo andar. Cinco corporações do corpo de bombeiros foram acionadas para esvaziar o prédio e salvar o máximo de pessoas que conseguirem, as que moram acima do incêndio, são as mais complicadas de se alcançar. Adentramos mais um corredor. Nesse não há sinal do fogo, mas a fumaça escura predomina o lugar e como de praxe chamamos pelas possíveis vítimas, a fim de tirá-las sãs e salvas do prédio.

—Lucca, precisamos sair o quanto antes. Faltam mais cinco andares e somos em sete. Vamos nos dividir. — Rick propõe.

Ele está certo, estamos mesmo quase sem tempo aqui. Mais meia hora aqui nesse inferno e nós desfalecemos. Portanto, apenas assinto em concordância. Logo a equipe do quartel 142 se junta a nós e as buscas ficam mais rápidas. Dez minutos depois, alcanço a cobertura. Um apartamento amplo e luxuoso que já está coberto pela fumaça.

— Corpo de bombeiros! Alguém está me ouvindo? — grito em cada cômodo do lugar.

— Aqui em cima está limpo! — Roger grita e desce as escadas acompanhado do Daniel.

— Ninguém aqui também! — Silvia grita, saindo da cozinha. Novamente assinto, dessa vez aliviado.

— Vamos descer! — aviso.

A descida não é a coisa mais fácil do mundo. O fogo está ainda mais voraz. O calor ainda mais insuportável e a visão é quase zero. Vejo a que a luz do meu oxigênio já está vermelha.

Porra! Porra! Porra!

— Está tudo bem aí? — Rafa pergunta me observando atentamente. Então meneio a cabeça e aponto para uma saída de incêndio. Meus pulmões começam a protestar. Hugo vai rápido para a saída que apontei, verifica e meneiam a cabeça, voltando desapontado.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora