CINCO

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Hoje faz três dias que eu perdi mais um caso importante

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Hoje faz três dias que eu perdi mais um caso importante.
Depois de rastrear  a garota em um motel com a sua namoradinha, resolvi fazer o que Marisa me sugeriu...
Que fique claro... Não fiz porque ela me pediu...  E sim, porque ela tinha razão.
Era um caso estressante, complicado,  cansativo e não ía me levar a lugar nenhum.
Mas,  a pior parte, é que os casos que eu tenho em mãos no momento é peixe pequeno e não vão me ajudar com o que eu quero e preciso.

Sentado no sofá da sala do meu apartamento encaro um envelope pardo largado sobre a mesinha de centro com estrutura toda em vidro cromado.
Ainda estou me perguntando aonde eu  estava com a cabeça quando fiz isso?
Penso em pegá-lo... Em abri-lo... Mas desisto e volto a me encostar no sofá, levando a mão ao queixo e soltando uma lufada de ar exasperada.
Em alguns momentos penso em rasgá-lo e jogar tudo no lixo.

Eu não tinha esse direito.
Não podia me envolver na vida dela, mais do que ela  me permitiu envolver.
Temos um acordo...  Eu na minha e ela na dela... Nosso lance se resume na cama e é até aí que eu devia me frear.

Volto a encarar o papel largado e
grito um que  foda-se  mentalmente e pego o envelope, o abro e tiro três folhas de papel de dentro.
Suspiro olhando a imagem de Humberto Macedo.
Homem branco, 34 anos, alto... Deve ter  pelo menos 1,85m de altura.
O cara fala três línguas - grande coisa - penso.  É viajado, separado da esposa a quase três anos e tem um filha de cinco anos.
O cara é presidente de um banco regional e é um homem de posses e exala poder.
Humberto e  Marisa se conheceram  um ano e meio depois da sua separação e um mês depois começaram a se envolver de forma amorosa.

Observo o prédio suntuoso onde   mora.  Um apartamento localizado no centro do Rio,  em um hotel cercado de luxo e bem empenhado em questão de segurança.
Atualmente Humberto  está saindo com uma dentista, Luciana Damásio de 26 anos.
E isso é tudo.

O cara não é um cretino como eu pensei que seria.
Tão pouco soberbo ou algo assim.
Talvez estivesse apenas cuidando da Marisa.
O pior é que isso me dar raiva.
Não sei...
Eu queria que ele fosse um cafageste... Um machista... Um idiota...
Bufo de modo audível.
Até parece que quero competir com o  passado dela!
A verdade é que eu queria que  tivesse algo lá que me fizesse querer cuidar dela...
Puxo a respiração de modo exasperado.
Mas que merda eu estou pensando?
Ponho os papéis de volta no envelope e os guardo em um lugar seguro.

Meu telefone começa a tocar e eu o pego em cima do sofá.
Olho a tela  enrugando a testa quando vejo o nome Alice Ávila piscando insistente.
Trinco o maxilar e penso em rejeitar a ligação.
A chamada termina e eu jogo o celular de volta no sofá,  mais uma vez ele insiste em chamar e eu finalmente o atendo.

_ Téo falando._ Digo curto e grosso.
_ Téo? Preciso de você._ A loirinha diz sem rodeio e eu fico totalmente sem ação.
Que tipo de brincadeira é essa???
_ Como assim..?
_ Podemos almoçar? Eu te explico melhor._ Ela pede.
Eu hesito por algum tempo.
_ Tudo bem._ Acabo concordando.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora