A Filha Roubada - Completo - ✔

7§ Uma proposta indecente

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A mãe recorreu ao chefe da estação de combóios na tentativa desesperada de por termo ao rapto da menina... 

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- PAI -

Tinha parado numa estação de serviço para abastecer o carro de combustível, quando ligou à esposa. Era um carro alugado, mas de gama alta. 

Por norma, regressava para casa de comboio, tal como a maioria das pessoas que queriam percorrer longas distâncias e não tinham condições económicas para andar constantemente de avião.

Geralmente o seu trabalho era na capital, quase quinhentos quilómetros a sul de casa. 

Vivia com a esposa e a filha nos arredores de outra cidade, a qual era considerada o coração nacional da indústria. 

Quando chegara ao país, uma dúzia de anos atrás, cheio de ilusões e sonhos, alugara um quarto na capital. 

Contudo os seus projetos teimavam em não se concretizar e as dívidas iam se acumulando. 

Os primeiros anos tinham sido devastadores, sentira na pele o que era ser tratado como um cidadão de segunda.

– O nosso país é sempre o nosso lar. Por pior que ele seja, aqui temos os nossos direitos assegurados. – avisara o seu pai. – Lá fora vão olhar para ti como um intruso, alguém inferior! No trabalho irão te dar aquilo que mais ninguém quer fazer.

Todavia, não quisera dar-lhe ouvidos, considerando que era mais um dos seus comentários insidiosos, que visavam o atingir e derrubar. 

Assim, do quarto na capital, mudara-se uns meses depois para um quarto nos arredores. Alguns anos mais tarde rumara ao norte, para se fixar no bairro onde residia hoje. 

Lá encontrara uma grande comunidade de conterrâneos que trabalhavam nas indústrias da cidade vizinha.

O seu sonho de representação realizara-se, mas não da forma que esperava. 

Depois de uns quantos castings para pequenos papéis, não conseguira nada além de participações esporádicas como figurante. 

Sempre havia alguém com melhor formação na área, munido de contactos mais influentes ou que era efetivamente mais talentoso que ele. 

Até o seu sotaque servira de desculpa para a sua não seleção. 

Um tremendo disparate, pensara inúmeras vezes, já que a língua falada no seu país era a mesma, ou não tivesse sido este uma antiga colónia. Tentou a televisão, o teatro e até mesmo a sorte como modelo, mas em nada teve sucesso. 

Contudo, a sua capacidade de sedução do sexo feminino continuava intacta. Recebia constantemente convites para sair! 

A maior parte deles, eram-lhe endereçados por colegas de casting, algumas delas já atrizes, com um punhado de trabalhos feitos. 

O que se passava na noite podia oscilar entre simplesmente beberem um copo, a deixarem as coisas fluírem e entregarem-se ao momento depois propiciasse. 

Rapidamente o seu instinto de sobrevivência o aconselhara a tirar partido dessa arma que tinha. 

Acreditara que estas mulheres lhe pudessem abrir algumas portas, no entanto elas trouxeram-lhe mais problemas do que benefícios.