65§ Ao encontro do desconhecido

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A mãe decidiu assistir pela primeira vez a uma ópera e o inesperado aconteceu... No meio de tanto dramatismo no palco, a maior das surpresas estava mesmo numa das tribunas...

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- MÃE -

Tentou desenvencilhar-se da fila da plateia onde estava, mas ninguém parecia disposto a facilitar-lhe a saída.

Aquelas pessoas, lá do alto da sua educação, olhavam-na de uma forma altaneira, quase que repreendendo-a pela falta de decoro.

Certamente que estariam a exigir-lhe silenciosamente que aguardasse pela sua vez para abandonar o auditório, já que todos pretendiam o mesmo: sair dali.

O que eles não percebiam era que tratava-se duma urgência.

Ela não queria roubar o lugar deles na tão inviolável fila de saída, mas sim ir atrás da sua filha, que até há minutos atrás acreditava tê-la perdido para sempre.

Olhava impacientemente para a tribuna onde a avistara, contudo ela já não lá estava.

De quem a acompanhava não conseguira reter grandes detalhes, para além dum chapéu azul-celeste que levava posto, ocultando grande parte do seu rosto, pelo menos face ao ângulo de onde ela estava.

- Por favor, dê-me licença! - apelou à pessoa à frente dela, já sem grande paciência. - Trata-se duma emergência!

A senhora limitou-se a ignorá-la, falando com o miúdo à frente, provavelmente seu filho, algo impercetível. A assistência ia escoando lentamente em direção aos corredores.

No entanto, o processo era vagaroso dado as pessoas que teimavam em tagarelar umas com as outras em algum ponto, obstruindo a saída às demais.

Desesperada, pegou no telemóvel, ainda indecisa acerca de a quem deveria ligar.

Àquela hora, sendo fim de semana, o inspetor deveria estar tranquilamente em casa, pelo que telefonar para a delegacia parecia ser uma perda de tempo.

Provavelmente teria que responder a um batalhão de questões até que o agente de serviço tomasse alguma ação.

Telefonar ao marido era algo que estava fora de questão. Não tinha vontade de falar com ele, continuava magoada e ressentida com a forma imoral que a tinha tratado.

Sentia-se tão humilhada só de imaginar o número sem fim de mulheres com que ele a traíra vez após vez.

Escolheu o número do padrinho do casamento deles. O homem certamente teria um conselho sensato para ela, e poderia dar-lhe a clareza de pensamento acerca de como agir naquele momento.

- Estou na ópera, na capital, e acabo de ver a minha filha! - disse-lhe atabalhoadamente, assim que o homem atendeu o telefonema. - Diga-me o que hei de fazer! Estou presa no meio desta multidão e tenho medo de a perder de vista novamente!

O homem pediu-lhe que se acalmasse sem, contudo, pedir-lhe para repetir tudo de novo.

Felizmente o senhor era um homem expedito, que compreendia rapidamente tudo, bastando poucas palavras.

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora