62§ Intimada para o chá das cinco

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O que era suposto ser um café agradável de fim de tarde entre irmãs, transformou-se num momento de revelações de forma bombástica, quando a avó da menina compareceu sem ser convidada...

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- MÃE -

Silêncio e nada mais do que silêncio, assim tinham transcorrido os dias seguintes. 

O silêncio com que a mãe se levantara repentinamente, perante a revelação dela, tendo ido embora com a irmã atrás, qual fiel cachorrinho. 

O silêncio com que ela própria brindara todo o mundo à sua volta, voltando a isolar-se em casa, alheada da sociedade.

Contudo, há umas horas atrás, tudo mudara novamente. Tinha recebido finalmente uma chamada, um telefonema dessa pessoa tão imprevisível: a mãe.

– Esta tarde estamos a fazer conta contigo para um chá em família! – informara-lhe a mãe, sem grandes margens para discussões. – Não te atrases, eu e o teu pai temos outros compromissos depois.

Um convite para um chá, ou melhor, uma intimação para uma reunião familiar! Não podia deixar de olhar para o ridículo de toda a situação. 

Como uma filha não tinha direito sequer a um jantar na casa dos pais, mas simplesmente um lanche? Um maldito chá com os minutos contados!

Passara as horas seguintes inquieta, na indecisão se deveria ou não ir ao tal evento familiar. O que quereriam os pais dela? 

Seria uma excruciante dissecação acerca de como ela tinha-se deixado engravidar, uma vez mais, do homem que a comunicação social agora apelidava de espancador? 

Iria o seu pai, na sua infinita magnanimidade, perdoá-la e dar-lhe o seu aval para ter a criança?

"Ridículo!", pensou novamente, quando já deambulava na rua, preparada para a tal reunião familiar, mas incerta de se realmente compareceria. 

Escolhera o vestido mais cerimonial, de entre as escassas opções que tinha na mala que preparara para aquela curta viagem. 

Certamente que a sua indumentária não estaria à altura dos altos padrões da sua família, tal como nunca o estivera.

Insegura do que fazer, entrou numa pastelaria qualquer, procurando em algum doce um melhor conselheiro. 

Sentou-se numa mesa, a comer de forma indolente o seu croissant de chocolate, vendo os minutos serem consumidos pouco a pouco. 

Não tardou muito para o seu telemóvel vibrar dentro da mala.

– Onde estás? – interrogou-a a irmã. – Está toda a gente à tua espera!

A irmã murmurava ao telefone, como que evitando de ser ouvida pelos pais. 

Sempre a menina tão exemplar e perfeita! A filha preferida dos pais e ao mesmo tempo a irmã cúmplice.

– Não sei se vou! – confessou. – Sabes do que se trata tudo isto?

– Estás parva? Vais deixar o pai aqui plantado à tua espera?

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora