68§ Depois da tormenta

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Prestes a ser violada, a mãe foi salva na hora H. A identidade do salvador foi revelada e ela está perante um novo dilema: esquecer ou não o passado...

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- PAI -

O dia amanheceu acompanhado por um sol de inverno que invadia o quarto sem permissão. 

O relógio à cabeceira marcava já mais de dez e meia da manhã. Fora uma noite interminável, tendo eles chegado a casa já em plena madrugada. 

Levantou-se com os maiores cuidados para não despertar a esposa, que finalmente parecia dormir ao seu lado. 

Apercebera-se da agitação da mulher ao longo de toda a noite: das persistentes voltas que dera na cama, dos pequenos soluços de choro em alguns momentos, ou do simples tremor que a assolava, talvez ainda no rescaldo do evento angustiante que experienciara.

Ele permanecera em silêncio, num esforço de dar-lhe o espaço que ela necessitava para expurgar toda a catacumba de emoções contrastantes que deviam coexistir no seu interior. 

Ocasionalmente, voltava a aconchegá-la no seu corpo, numa demonstração discreta de que ele continuava ali, ao seu lado. Queria assegurar-lhe que jamais permitiria que algo de mal voltasse a passar-lhe.


Correu as cortinas, ainda abertas por esquecimento, para devolver um pouco mais de tranquilidade ao quarto. 

De seguida, fechou-se na casa de banho para tomar um duche. Estava grato pela sua própria impulsividade que, no dia anterior, o lançara à estrada em busca da esposa na capital. 

Não tinha palavras para, mais uma vez, demonstrar a apreciação que tinha pelo padrinho. 

O homem não hesitara em ligar-lhe, quando soube do paradeiro da esposa, e mantivera-o a par da localização desta, servindo de intermediário nos telefonemas.

Escutara, no passado, relatos de pessoas, que sendo do mesmo sangue, tinham de alguma forma pressentido quando outras estavam em perigo. 

Encarara essas declarações sempre de forma cética, como tudo o que ele catalogava de paranormal. 

Contudo, na noite anterior, o seu coração agudizara todos os seus sentidos, permitindo-lhe ouvir o grito desesperado da esposa, apesar dela estar umas centenas de metros distante dele. 

O corpo dele guiara-o de forma instintiva, como que um hímen, até ao local exato onde ela estava prestes a ser violada.


Fechou o chuveiro e, após fazer a barba, regressou ao quarto. Certificou-se que a esposa continuava a descansar e acariciou-lhe o cabelo, deixando a face dela mais livre. 

Selou a testa daquela mulher, cuja beleza natural nunca desvanecia, com um beijo muito leve, quase impercetível.

Na cozinha, preparou um pequeno almoço com tudo ao seu alcance. Não tinha pressas naquele dia, tudo podia esperar. 

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora