11§ A dama, o vagabundo e o detetive

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A mulher levou a cabo muitos preparativos numa fuga bastante planeada, mas que foi repleta de imprevistos...

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- PAI -

Sentara-se no sofá da sua sala, a beber um café que tinha acabado de fazer. A esposa deveria chegar a qualquer momento.

Ela telefonara-lhe desesperada a pô-lo a par de como tudo tinha corrido mal. Avisara-o de que ainda teria de prestar as primeiras declarações à polícia.

- Eu ainda estou no caminho! Encontramo-nos em casa? - dissera-lhe enquanto saía da autoestrada, para apanhar a estrada nacional que o conduziria ao seu bairro. - Temos de nos sentar e juntos tentarmos perceber quem poderá ter feito isto!

Apreciava agora uma foto ali bem á sua frente. Nela estava a família toda reunida numas férias que tinham feito pela costa.

O dinheiro não era abundante, mas fazia questão de dar uma escapadela todos os anos, para com a mulher e a filha percorrerem mais um pouco do litoral, perto da zona onde viviam.

Os três estavam bastante sorridentes, com o mar e a praia como pano de fundo. Sentia-se nostálgico desses momentos genuínos de felicidade.

A mesma felicidade que invadira o seu ser quando conhecera a esposa numa dessas festas de elite.

Como de costume, estava nessa festa a trabalho. A cliente era uma mulher mais velha, a qual conduzia os negócios da família após um divórcio litigioso.

Era uma mulher dura, que sabia perfeitamente o que queria.

Do que tinha percebido, o seu papel de namorado mais jovem, servia apenas para ela humilhar a família do seu ex-marido, indivíduos com algum conceito na sociedade, mas que nunca se tinham esforçado para fazer prosperar a empresa que tinham recebido.

Já ela, criara um império a pulso.

Contudo, a meio da festa, a sua cliente saíra intempestivamente sem lhe dar qualquer justificação.

Ficara perdido no meio dos copos de champagne e dos convidados vestidos de gala, sem perceber se a empresária voltaria ou não.

Era um palacete modestamente mobilado de forma a realçar o verdadeiro brilho deste - a sua arquitetura minuciosamente trabalhada em cada recanto.

Subira até ao segundo andar, precisava de um sítio discreto onde pudesse apanhar ar sem estar sob os olhares altivos de toda aquela gente.

Necessitava fumar, fumar algo mais forte que um simples cigarro. A sua vida estava miserável!

As clientes que o seu "agente" lhe atribuía eram cada vez menos relevantes para as suas aspirações de ator e, ao mesmo tempo, esse indivíduo arrastara-o para esquemas bastante turvos, entre eles tráfico de droga e contrabando.

Nada disto estava no contrato oral que tinham definido quando selaram o acordo de cavalheiros.

Talvez o problema tivesse sido esse: um contrato oral cujas palavras tinham voado sem volta, e um "agente" que pouco tinha de cavalheiro a não ser ver a conta bancária engordar.

Tudo se sucedera de forma bastante dissimulada e sempre através de alguma cliente.

Algumas tinham lhe pedido para as conduzir a uma zona isolada, como um porto de pesca, e dava por si num cenário de contrabando e a terminar por viabilizar uma fuga perante a súbita presença da polícia.

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora