14§ Filha do papá

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À medida que as investigações da polícia avançam em casa, o pai recorda-se de como a casa dos sonhos e a filha há muito desejada vieram alterar irremediavelmente o seu casamento...

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- PAI -

Quase arrastara a esposa para a pequena arrecadação, associada à cozinha. 

Era uma divisão pequena, onde guardavam alguns mantimentos, numas prateleiras por cima da máquina de lavar roupa.

– Podes me dizer que diabos se passa contigo? – notou a exasperação no seu próprio tom de voz, enquanto fechava a porta. – Começo a estar saturado das tuas oscilações de humor!

– Não se passa nada!

Esse era o problema. Ele tentava entender o que ia na cabeça da mulher, mas a resposta era sempre a mesma. 

Eram necessários minutos de insistência até que ela, finalmente, soltasse algum vislumbre do que ia no seu íntimo.

– Desde que chegaste que estás, de novo, com essa frieza e esse olhar recriminatório! – prosseguiu ele, não conseguindo controlar a irritação que sentia. – Posso saber que acusações recaem sobre mim, para ter pelo menos direito a defesa?

Foram subitamente interrompidos por alguém que rodou a maçaneta da porta. 

A ousadia daquelas pessoas excedia todos os limites! Era a assistente social com o seu jeito intrometido.

– Conversa privada de casal a decorrer aqui! Ponha-se a andar! – contestou rispidamente para a intrusa, fechando-lhe a porta na cara.

Fixou o seu olhar no da esposa e suspirou.

– Temos de estar unidos mais do que nunca! – tentou arrazoar com ela. - É a nossa filha que está desaparecida...

– Não me vais acusar do desaparecimento dela, pois não? – gritou-lhe finalmente ela, precipitando-se para sair da divisão.

Num impulso, agarrou-a bruscamente, virando-a para si e beijando-a com toda a paixão que continuava a sentir por ela. 

Naquele momento precisava dela, do seu afeto, do seu amor genuíno. Esses sempre tinham a agulha da sua bússola nos dias mais turbulentos que vivera. 

Houve uma resistência inicial da parte dela, mas essa logo se dissipou no longo momento que partilharam com os seus lábios, até ficarem sem fôlego. 

Sentira por fim o salgado das lágrimas da esposa que tinham descido ao encontro das suas bocas.

– Eu não vou aguentar se alguma coisa tiver acontecido à nossa filha! – soluçou ela destroçada. – Que raio de pais fomos para ela?

– Calma... Calma... – Disse-lhe num tom tranquilizador, encostando a cabeça dela ao peito dele. – Tudo se vai resolver!

Voltaram a bater á porta da arrecadação. Deixou a esposa se recompor e limpar as lágrimas. Por fim destrancou a porta.

– Vamos avançar para o andar superior, queremos ver os quartos. – informou o inspetor. - Precisamos que nos identifiquem que roupas e objetos pessoais da criança estão em falta!

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora