63§ Carinha laroca

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Uma vida estável mas gerida pelos pais ou um quotidiano atribulado no meio dos seus próprios erros? Esta foi a decisão que a mãe teve de decidir perante uma intimação para uma reunião familiar...

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- MULHER -

Parecia toda uma senhorita, a menina! Estava tão orgulhosa daquela que agora era a alegria diária da sua vida! 

Nos últimos dias, tinha passeado com a criança, de loja em loja, comprando-lhe roupas novas, presentes e sapatos. 

Tudo o que punha naquela miúda, parecia ter um brilho especial, pelo menos aos seus olhos.

O vestido que ela tinha agora posto, não era exceção. Compara-lho propositadamente para ocasiões especiais, como esta. 

Ambas tinham acabado de chegar ao átrio de entrada para a casa de ópera mais antiga da capital. 

Hoje em dia, as obras mais grandiosas e elaboradas passavam no sumptuoso auditório da ópera nacional, um edifício agigantado com ares de palacete, no outro extremo da cidade. 

Contudo, para ela, aquele teatro histórico seria sempre o seu local de predileção para assistir às obras mais clássicas, que adornavam constantemente a agenda deste.

Invariavelmente, o pequeno átrio do teatro estava lotado de gente. 

A fila para a bilheteira era moderada, sendo, no entanto, engolida pelas pessoas que já aguardavam a entrada no auditório. 

Como sempre, a menina prestava atenção a cada detalhe.


Aquela saudade inicial dos pais parecia ter amenizado à medida que conseguira tornar mais ativa a vida da garota. 

Lograra introduzi-la num grupo de tempos livres para crianças. Levara a cabo uma busca exaustiva por locais didáticos para miúdos. 

A sua escolha final recaíra sobre o que reunia uma oferta sólida de conhecimento, aliado ao facto de não lhe terem feito muitas perguntas acerca da menina ou exigirem documentação. 

Outra das grandes vantagens do sítio era que dispunha de um agradável café para os adultos que quisessem estar por perto das suas crianças. 

Nesta primeira fase, optara por estar próxima da menina, para o caso dela cometer alguma inconfidência.

– Os papás foram numa longa viagem, – fora a mentira piedosa que arranjara para ajudar a criança a aceitar esta nova realidade. – Até eles regressarem tens de ser uma boa menina, para eles ficarem orgulhosos de ti!

A rapariga, de alguma forma já habituada às ausências do pai, tinha-se adaptado com relativa facilidade às circunstâncias. Por isso, quando surgia em conversa o tema da família, fosse com os coleguinhas ou com as responsáveis do centro, a criança corroborava essa história que acreditava ser real.

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora