75§ Fim da linha

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< Capítulo anterior: 74§ Um sol de inverno

A mulher foi até à delegacia na expectativa de reencontrar alguém do seu passado, que pode ter significado mais do que ela própria imaginava...

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- MULHER -

Ela mordeu o lábio, ansiando que ele lhe desse aquele seu sorriso carismático, e a recebesse nos seus braços. Afinal, já se tinha passado tanto tempo desde a despedida de ambos. 

Contudo, os olhos celestes do ex-marido permaneceram gélidos, sem qualquer calor, tal como aquele dia de Dezembro. 

Passados alguns instantes, ele seguiu o seu percurso, ignorando-a e dirigindo-se para o carro dele.

Tudo não tinha passado duma mera ilusão, que ela deixara fomentar dentro de si, tomando dimensões inconciliáveis com a realidade. 

O ex-marido não a perdoara e não esquecera a dor de ter perdido o filho, como consequência da negligência dela. 

Aquele amor, que agora entendia sentir por ele, chegara tarde demais. Haviam cicatrizes do passado que nunca sarariam, por mais que ela insistisse.

O homem passou por ela, ao volante do carro, sem sequer voltar a olhá-la. 

Ao ver o carro dissipar-se, no meio do trânsito, ela deixou-se abraçar pela tristeza que ocupara o lugar das fantasias alimentadas até então. 

Quais seriam os lábios que beijariam os dele agora? Teria tido mais filhos, que contassem com aquela ternura inata que ele tinha? Quem era a nova ocupante do coração que um dia fora dela? 

Isso agora não mais importava! Desejou não ter ido ali, só para experienciar uma despedida ainda mais amarga do que a primeira.


Quando se preparava para abandonar o local, avistou a mãe da criança, acompanhada por outro homem, a dirigirem-se para a entrada da delegacia. 

O homem não era definitivamente o pai da menina. Certamente, tinham acabado de chegar no carro que entrara no parque, enquanto ela estava absorta com o ex-marido.

Apressou-se a sair dali, temendo que eles estivessem atrás dela. Não podia facilitar, já bastava de passos mal calculados e atitudes absurdas para aquele dia. 

Assim, atravessou um par de vias, procurando se afastar do local o mais rapidamente possível. 

Apanhou o primeiro autocarro que passou, em direção à estação de comboios daquela zona. Táxis? Não queria mais nenhum, pelo menos ali!

Sempre vigilante acerca de se estava a ser seguida, acabou por entrar no comboio. A viagem até à capital foi tortuosa. 

Os seus pensamentos deambularam entre o fecho definitivo da sua história com o ex-marido e o quase encontro com a mãe da criança, que chegara afogueada à delegacia. 

Contudo, com o avançar da viagem, outra preocupação foi-se impondo: a babysitter continuava sem atender nenhuma das suas chamadas. 

A dada altura, já estava a ligar obsessivamente para casa, num estado de ansiedade e de impotência total.

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora