76§ Tudo menos um conto de fadas

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A mulher reencontrou o ex-marido e apercebeu-se de quanto a realidade era diferente das ilusões que alimentara... A meio duma última fuga com a menina, tudo se complicou...

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- PAI -

Quando sentiu a filha de novo nos braços, foi incapaz de encontrar palavras que verbalizassem a emoção que o assolava naquele momento. 

Embora não se considerasse um homem lamechas, o facto de voltar a acariciar com as suas mãos, os cabelos da sua princesinha, deixou-o completamente rendido.

Só queria agarrar na criança ao colo e levá-la ao encontro da esposa, para poderem os três, agora quatro, voltarem a ser uma família.

– Minha linda! – balbuciou, tentando engolir o choro. – Estás bem?

– Tinha saudades tuas, papá! – disse a voz da criança, ainda abafada no abraço de ambos.

– Trataram-te bem? – questionou-a, encarando-a olhos nos olhos.

– Sim! Tenho estado com a tia! – confessou a menina, apontando para a mulher que continuava imobilizada à distância.

Ele fitou-a, à medida que o padrinho se aproximava nas costas dela, precavendo uma eventual tentativa de fuga. Contudo, a mulher permanecia ali estática, simplesmente ofegante. 

Afinal, a "tia", que a menina referira repetidas vezes a ele e à esposa, existia mesmo! A tal amiga imaginária, como se tinham apressado a concluir, era de carne e osso e raptara a filha dele. 

Olhou com mais atenção para o rosto da estranha, para a face da sequestradora. Não sabia contextualizar, mas aquelas feições eram-lhe de alguma forma familiares.

– Quem é você? – perguntou à mulher.

No entanto, não precisou de qualquer resposta. No instante que proferiu a questão, iluminou-se no seu cérebro a identidade da mulher misteriosa. 

As recordações dele despiram-na daqueles cabelos pintados de negro e repuseram-lhe o louro original, transportando-o para os primeiros meses da sua chegada àquele país.

Estava diante de si, uma das raparigas com quem se cruzara nas suas tentativas temporãs de singrar como ator. 

Também ela, naquela altura, lutava por conseguir um papel, mesmo que pequeno, numa peça de teatro. 

Se ele nunca tinha conseguido o que quer que fosse, ela já contava com algumas participações esporádicas num par de trabalhos. 

Lá atrás, após trocarem meia dúzia de conversas num dos castings, apercebera-se de que a jovem mulher tinha alguns contactos naquele meio e que dispunha de algumas posses.

Não tardou muito até que ambos se envolvessem. Ela era uma rapariga interessante e suficientemente atraente. 

Obviamente, que tudo o demais também pesara na hora de ter namoriscado com a rapariga. 

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora