73§ Dia Dois

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A mulher regressou ao bairro a fim de recolher os seus pertences e mudar a sua vida definitivamente para a capital. No entanto a sua visita trazia outra motivação secreta...

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- MÃE -

Era o dia dois, após ter voltado a ver a sua filha naquela ópera. 

Tinham-se passado pouco mais de trinta e seis horas depois da tentativa de estupro de que fora alvo. 

Ainda tentava recuperar a serenidade e distanciar-se daqueles eventos traumáticos. 

Mais uma vez, estava sozinha em casa. O marido pouco parara ao seu lado, ao contrário do que lhe prometera. Mesmo assim, sentia que as coisas estavam diferentes. 

Todas as suas ausências tinham sido mais do que justificadas e ele fizera questão de se manter em contacto com ela quase hora a hora.


No dia anterior, ambos tinham ficado confusos quanto aos sentimentos que nutriam perante o estado crítico do homem que a tentara violentar. 

Nem o marido, nem ela, eram capazes de se compadecer do indivíduo.

– Não consigo sentir qualquer remorso do que lhe fiz! – confessou-lhe o marido. – Sei que isto pode soar horrível, mas voltaria a fazer tudo de novo.

Ela acariciara a face do esposo, mostrando um misto de compreensão e gratidão por tudo.

– No entanto, sabes que se ele morrer, isso poderá trazer-nos problemas! – refletiu ela com preocupação. – Por mais que deseja a morte a esse animal, não quero que os meus filhos tenham de ir visitar o pai na prisão.

Talvez tivessem passado uma meia hora, sentados no sofá de mãos dadas, numa conversa calma e amena, como há muito não se recordava. 

O marido pusera-a então a par dos desenvolvimentos da investigação paralela que estava a levar a cabo com o padrinho e do promissora que esta lhe parecia. 

Claro que também ficara entusiasmada com as perspetivas de recuperar a filha. 

Não tinha palavras para expressar o quão agradecida estava pela teimosia deles. 

Eles tinham sido os únicos a explorarem outros ângulos do que envolvera aquele desaparecimento. 

Já a atitude da polícia perante o testemunho do marido, dececionara-a uma vez mais.

Fora a meio dessa conversa que o padrinho sobressaltara o marido com a informação de que a assistente social estava a caminho da capital, e que ele estava no encalço dela.

– Querida, tu importavas-te que...

– Vai! Vai! – ordenou-lhe ela, apercebendo-se do quão crucial poderia ser a situação.

Assim, ali ficara em casa, num tamanho estado de excitação quanto ao que iria acontecer de seguida. 

Por um lado, toda aquela inquietação ajudara-a a emergir daquele pântano lamacento de lembranças do tal indivíduo nojento a tentar tocar-lhe. 

Também, pela primeira vez desde que a sua filha tinha-lhe sido roubada, olhava as fotografias da menina com esperança, em vez de desabar em lágrimas.

As últimas informações que tinha recebido do marido não aportavam grandes novidades. 

Quer ele, quer o padrinho continuavam de tocaia ao prédio onde a assistente social entrara. O carro dela permanecia estacionado no mesmo sítio, já enregelado. 

O maior receio do marido era que a profissional tivesse sido mais astuta que eles, e se tivesse apercebido de que tinha sido seguida. 

De resto, o marido já rondara o prédio, procurando outras saídas do mesmo, e ficara de vigilância ao portão da garagem.

A ela, restava-lhe rezar para que tudo desse certo desta vez. Isso e atender as chamadas insistentes da irmã, que ficara preocupada com o seu súbito silêncio desde que não comparecera ao chá em família. 

Contara-lhe por alto o ocorrido na ópera, omitindo, no entanto, o episódio hediondo que se sucedera. 

Não quisera preocupar a irmã e, ao mesmo tempo, ainda era-lhe doloroso verbalizar a barbaridade de que fora alvo. 

A irmã continuava a insistir que ela estava em falta para com a família, a qual abrira-lhe os braços apesar de tudo.

Não estás a deixar a tarefa fácil para os pais te perdoarem! – recriminara-a a irmã.

Era incapaz de entender a razão de ter de pedir perdão aos pais. No entanto, preferiu não discutir esse tema fraturante com a irmã. 

De momento, faltava-lhe vontade e energia para isso. Queria canalizar todos os seus pensamentos para a missão do marido e do padrinho.

Contudo, pouco mais tarde, tocaram-lhe à campainha.

– Olá! – cumprimentou-a o barman, de forma apressada, após esta destrancar a porta. – Acho que é melhor vires comigo! A sequestradora está aqui pelas redondezas.

Sentiu o coração disparar-lhe de novo. A adrenalina percorreu todo o seu corpo, apenas coberto pela camisa de dormir, que não tirara o dia todo.

– Como assim? – questionou ela, ainda incrédula. – O meu marido e o padrinho dele estão na capital, supostamente à porta do prédio dela!

– O taxista que a transportou naquela noite, acaba de enviar-me um SMS a contar que está a levá-la em direção à delegacia. – relatou o barman, um pouco ofegante. – Não podemos perder tempo!

– Sim, claro! Dá-me só alguns minutos e eu desço já contigo. – dirigiu-se para as escadas. – E a minha filha?

– Não mencionou qualquer criança com a mulher!

– Mas ele está seguro de que é a sequestradora? – insistiu ela.

– Não tem a certeza, mas dada a situação e as parecenças físicas, deve ter achado por bem nos avisar.

Subiu então as escadas, apercebendo-se do olhar fixo do barman, o qual apressou-se a disfarçar, quando foi flagrado. 

Essa situação logo evadiu-se da sua mente, focando-se apenas na possibilidade de apanhar a sequestradora. 

O que ela teria ido fazer à delegacia? Não acreditava que se tivesse ido entregar às autoridades. Fosse o que fosse, queria vê-la com os seus próprios olhos. 

Podia ser um falso alarme, no entanto, bastava-lhe com haver a mínima possibilidade de aproximar-se do paradeiro da filha, para prosseguir até às últimas consequências.

Em menos de nada já estava de novo na sala, pronta para sair e, juntamente com o barman, iniciar a caça às bruxas.

– Vamos! – disse ela com determinação.


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Olá a todos!

O cerco parece estar cada vez mais apertado!

A nossa história regressa já na próxima semana após os festejos do Carnaval e do Dia dos Namorados!

Até lá, já sabem:

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Um abraço.

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora