50§ Recomeçar do zero

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O padrinho pediu desculpa ao pai pelo dano que lhe fez. No entanto, as consequências destas revelações podem ter sido irreversíveis para o matrimónio dos pais da menina...

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- MÃE -

Recobrou os seus sentidos com uma voz masculina a chamar pelo seu nome e a dar-lhe leves palmadas na face. 

Foi voltando a si gradualmente, e tentando abrir os olhos. O homem que a tentava despertar era o barman

Que raios fazia ele ali? O que tinha acontecido?

As lembranças dos últimos acontecimentos estavam turvas, mas logo começaram a ressurgir. 

O marido tinha saído de casa! No derradeiro adeus, ela mostrara-lhe que sempre soubera do teste de ADN que este fizera à filha. 

Uma prova irrefutável do cretino que ele sempre fora.

O dia em que ela encontrara aquele envelope amassado, num dos bolsos do casaco do marido, marcara o início do fim do casamento de ambos. 

Agora percebia claramente isso! Como ele se atrevera a questionar algo assim?

Na altura, o primeiro impulso dela fora o de confrontá-lo com aquele exame, mas ele já tinha saído para mais uma das suas viagens de trabalho. 

De seguida, pensara em telefonar-lhe e pedir todas as satisfações a que tinha direito. No entanto, no último momento, recuara da sua decisão. 

Resolvera adiar essa discussão para a próxima vez em que estivessem cara-a-cara, sem hipóteses de fuga ou subterfúgios. 

Contudo, com o passar dos dias, tinha sentido que deixara escapar o momento apropriado para o confronto. 

O ímpeto de revolta acabara por ceder e, aquando do regresso do marido, tinha se deixado inebriar pela sede que ele tinha de estar nos braços dela. 

No final ele conseguira desarmá-la, derrubando a determinação dela em chamá-lo a contas por aquela prova de paternidade.

O tempo passou, mas a ferida jamais sanou! 

Sempre que esbarrava naquele envelope, guardado religiosamente numa das suas malas, todo o ressentimento arraigado no seu íntimo ganhava forma e poder. 

Aquele exame outorgava-lhe o direito de também questionar cada noite, cada dia ou até cada semana que o marido passava fora de casa. 

Se, por um lado, ela nunca tivera coragem de abordá-lo frontalmente com aquele tema, por outro, não o poupara das desconfianças legítimas que tinha acerca das ausências dele. 

E assim tinham vivido aqueles anos, saltitando de discussão em discussão, até ele ter lançado por completo o matrimónio ao charco.

– Como te sentes? – perguntou o barman preocupado. – Logo, logo, estará aí uma ambulância!

Os homens e os seus exageros! Numas alturas tão fortes, noutras tão infantis e desproporcionados.

– Não! – sussurrou ela, tentando se erguer. – Estou bem!

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora