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< Capítulo anterior: 76§ Tudo menos um conto de fadas
Frente-a-frente, pai e sequestradora, vieram à luz segredos do passado em comum de ambos...
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- MULHER -
Claro que sabia perfeitamente quem era aquele homem! Reconhecera-o de imediato naquela primeira e única vez que o vira a ir buscar a menina à pastelaria.
Bastara o ver entrar, para saber que se tratava da sua primeira grande paixão.
Para variar, o homem, com a sua costumeira altivez, nem sequer notara a presença dela ali no estabelecimento. Continuava o mesmo indivíduo narcisista, crendo-se superior aos demais.
Apercebera-se da reação dele perante a recusa do gerente da pastelaria.
O comerciante não mais aceitaria que a menina continuasse a ficar sob a responsabilidade do estabelecimento todas aquelas horas.
O pai não ousara insurgir-se contra o pasteleiro, já que poucos argumentos teria! No entanto, ela observara-o a acusar a filha do que acontecera, recriminando-a e ralhando com a criança.
***
– Explica-me o que se está aqui a passar? – exigiu-lhe a assistente social.
Podia entender o quão perdida a amiga se sentia, no epicentro desta tempestade. Também não era para menos! Estes eram detalhes que lhe ocultara desde sempre!
Os olhos do pai da menina espelhavam o mesmo temor e a mesma cobardia perante as adversidades, tal como os demonstrados anos atrás.
Observou-o a pedir à menina que o esperasse dentro do carro. Perante a birra da criança, ele pegou-a ao colo, irritado, e pô-la dentro da viatura.
Enfim, o mesmo padrão comportamental que ela testemunhara, repetidas vezes, naqueles pais para com a menina.
Seria possível eles não constatarem que a criança tinha apenas cinco anos, e que não podiam cobrar dela uma atitude de adulto?
– Tu não vais levar a menina a lado algum! – ameaçou-o ela, ao ver o pai da menina fechar uma das portas traseiras do carro.
O homem aproximou-se dela, encarando-a com aquele modo sobranceiro, apesar dos olhos dele denunciarem toda uma insegurança, mal-escondida, no seu íntimo.
– Será possível, ao fim de mais de uma década, não teres conseguido ultrapassar uma aventura de dois jovens? – censurou-a. – Não tenho mais idade, nem paciência para os teus dramas infundados.
Referia-se obviamente à forma leviana como ele terminara o namoro de ambos.
Sem qualquer explicação ou justificação, aquele indivíduo deixara de responder-lhe a qualquer chamada telefónica ou mensagem, dum momento para o outro.
O rapaz, a quem entregara a sua virgindade, usara-a a seu belo prazer, para depois descartá-la como a uma mera desconhecida.
Quão inocente tinha sido! Afinal, não fora a primeira vítima da canção de engate do rapaz, o qual, pelos vistos, era perito em seduzir outras raparigas como ela.
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A Filha Roubada - Completo - ✔
General FictionTodos achavam que a vida duma criança deveria ser um livro aberto, mas agora ela está desaparecida! Uma mãe desesperada que luta contra o remorso, um pai com muito a esconder, uma mulher que enfrenta o dilema da sua vida e uma assistente social pouc...