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< Capítulo anterior: 9§ Uma angústia insuportável
A mãe reviveu o dia do atentado no parque e o encontro desagradável com a assistente social... Na atualidade, um polícia acompanha-a de volta ao bairro, impedindo-a, no entanto, de entrar em casa...
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- MULHER -
Caminhara alguns quarteirões sem destino, procurando restabelecer alguma tranquilidade de espírito.
Tinham sido muitas as emoções desde que pegara na menina e fugira.
A última delas, naquela praça de táxis, onde mais uma vez temera ter sido descoberta.
Ficara paralisada quando o taxista principiara a sair da viatura, contudo não passara de um falso alarme.
Afinal o homem estava distraído ao telemóvel e o seu olhar teria sido puramente casual.
Só queria que aquele reboliço de ansiedade, palpitações e medo terminassem.
Desde o momento em que a carrinha deixara a menina à entrada do prédio não tinha parado.
Ela já esperava a menina no hall do prédio, quando esta chegou.
Certificara-se de não ser vista pelo pessoal do jardim escola e, em seguida, tinha acompanhado a menina, com toda a naturalidade, até à casa dela.
Nunca estivera naquele duplex no último andar. Já convidara a menina para lanchar na sua casa um par de vezes, especialmente quando o tempo não aconselhava idas ao parque.
Viam televisão juntas, jogavam alguns jogos de tabuleiro, que tinha de "vidas passadas", e deliciava-se com as gargalhadas da criança.
– Vamos dar um passeio este fim de semana? – lançara assim o desafio à menina após entrarem no duplex.
– E a mamã? – contra-argumentara ela. – Temos de esperá-la! Ela hoje disse que vai chegar tarde.
A menina já lhe confidenciara isso uns dias antes, daí ter decidido que aquela sexta-feira era o dia ideal para a fuga.
O facto de a mãe ficar até mais tarde no trabalho, dava-lhe alguma margem de manobra para fazer os preparativos.
- A mamã não pode vir connosco. Ela vem ao nosso encontro mais tarde!
Pedira à criança que escolhesse as roupas que mais gostava. A menina tirava-as do guarda-fato e ela arrumava-as na mochila.
Claro que a tinha ajudado nesse processo, para garantir que reuniam um conjunto de roupas essenciais.
Fizera tudo com tranquilidade e sem sobressaltá-la, inclusive deixara-a ver um pouco de televisão e comer um iogurte.
Enquanto isso tinha espreitado cada uma das divisões da casa, imaginando como era a vida da menina ali, com os pais.
Onde costumaria comer, que mesa usaria para completar os deveres do jardim escola e onde teria sofrido as agressões na origem das nódoas negras e arranhões que vira por diversas vezes no corpo dela?
Por volta das oito e meia tinham saído em direção à casa da mulher. Escolhera o trajeto menos movimentado, evitando ao máximo cruzar-se com outras pessoas.
Após o atentado, era frequente haverem alguns agentes por perto, vigiando o parque, de modo que contornara o quarteirão pelo lado oposto.
A partir daí o seu plano sofrera um duro contratempo. Quando se preparava para comprar online os bilhetes de comboio para ambas, deparara-se com a greve.
Como podia ela imaginar que os maquinistas estariam em protesto e que só conseguiria viajar no dia seguinte?
A folga com que contara para escapar tranquilamente com a menina tinha-se esfumado.
Ainda ponderara abortar o plano, pois não achava sensato o valor a pagar por uma viagem de táxi dali até à capital, para as duas.
O melhor que podia fazer era comprar bilhetes prioritários em primeira-classe, para garantir que embarcaria no primeiro comboio do dia. Decidira arriscar e levar o plano em frente.
Depois do jantar a menina adormecera no sofá e ela velara o sono da criança.
Não conseguira pregar olho na ansiedade de que, a qualquer momento, a polícia lhe entrasse casa a dentro, levando-a presa e devolvendo a menina àqueles pais irresponsáveis.
Perto das cinco da manhã despertara a menina e poucos minutos depois apanhara o único táxi parado na praça em direção à estação.
Não se queria arriscar a ser surpreendida por mais um imprevisto, contudo estes teimavam em se suceder.
***
– Dói-me os pés! – começara a lamuriar-se a menina. – Tia ainda falta muito?
Tinha de pensar numa solução rapidamente. Mais um par de horas e os autocarros começariam a garantir a sua oferta normal.
Até lá precisava de um sítio onde pudesse ficar discretamente, sem correr o risco de ser apanhada.
Naquela zona só lhe ocorria uma pessoa, alguém que conhecera numa altura desafiante da sua vida, e com a qual mantinha contacto até hoje.
Não a podia considerar uma amiga, mas era definitivamente mais do que uma simples conhecida.
De resto, essa pessoa estava a par de grande parte da sua história com a menina.
Contudo, se queria a sua guarida, tinha de acelerar o passo e encontra-la antes desta sair para trabalhar.
A "amiga" dissera-lhe uma vez que o seu trabalho não conhecia fins-de-semana ou feriados.
Pegou na menina ao colo com um dos braços e seguiu caminho puxando o trolley com o outro.
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A Filha Roubada - Completo - ✔
General FictionTodos achavam que a vida duma criança deveria ser um livro aberto, mas agora ela está desaparecida! Uma mãe desesperada que luta contra o remorso, um pai com muito a esconder, uma mulher que enfrenta o dilema da sua vida e uma assistente social pouc...