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< Capítulo anterior: 17§ Procura-se o taxista da madrugada
O inspetor, juntamente com a mãe, foram em busca do taxista da noite do desaparecimento da criança. A comunicação social e o julgamento público da vizinhança também tiveram a sua palavra no meio desta investigação...
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- PAI -
Reparou no seu relógio, eram nove e quarenta, quando a esposa regressou com o inspetor.
Bastara olhar para a frustração no rosto dela para perceber que nada correra como ela esperava, que não tinham avançado nada na investigação.
Ele da sua parte dedicara-se a expor o caso ao padrinho, enquanto a polícia continuava espalhada pela casa.
– Não quero que me digas nada! - adiantara-se logo o padrinho, assim que tinham ficado a sós, referindo-se ao tema da grade. - Se vês que isso não ajuda em nada a investigação passamos à frente.
No íntimo agradecera mais uma vez a discrição daquele homem que fora quase um pai para ele desde que chegara ao bairro.
O padrinho estivera também atento a cada movimentação da polícia, demonstrando maior habilidade e tato para falar com os agentes do que ele próprio.
– Preciso de mais alguma informação vossa. - disse o inspetor aproximando-se, sem perder mais tempo. - Para começar poderiam me dizer onde estavam ontem à noite?
A pergunta assentou-lhe um bocado mal. Acreditava perceber por onde ia a linha de investigação do agente.
– O que quer insinuar com essa questão? - disparou ele de imediato. – Não acha que raptámos a nossa própria filha e montámos todo este circo, pois não?
Sentiu a mão do padrinho sobre as suas costas como que apelando a que ele se acalmasse.
– Cheguei a casa já depois da uma da manhã. – disse a esposa, tomando a iniciativa, na tentativa de evitar uma desavença entre o marido e o inspetor. – Tive um jantar de aniversário da empresa, o qual se arrastou por mais tempo do que o esperado... A juntar a isso, a greve dos comboios também não facilitou o regresso a casa.
– E a sua filha? – questionou o inspetor enquanto gatafunhava no seu bloco de notas.
– Não tinha com quem a deixar, por isso pedi ao jardim escola que se certificasse de que ela entrava no prédio. – confessou com algum custo a esposa. – Já tinha alertado a menina, ao longo da semana, do que se passaria esta sexta-feira. Expliquei-lhe que ela teria de ficar algumas horas sozinha em casa, e que haviam alguns iogurtes no frigorifico para o caso de ela ter fome.
O inspetor anuiu com a cabeça à medida que continuava a tirar notas.
– E o senhor? – questionou-o de novo, sem lhe olhar na cara. – Onde estava a noite passada?
Ele? Estava num hotel, na capital, com uma cliente. Uma verdade bem diferente da que contara à esposa.
Tentou acalmar a cólera que emergia dentro de si a respeito daquele tom de suspeição do inspetor e ponderou sobre qual seria a melhor opção de resposta a dar.
Se prosseguisse com a versão que tinha contado à esposa, poderia ter problemas caso a polícia fosse apurar os fatos, o que certamente iria acontecer.
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A Filha Roubada - Completo - ✔
General FictionTodos achavam que a vida duma criança deveria ser um livro aberto, mas agora ela está desaparecida! Uma mãe desesperada que luta contra o remorso, um pai com muito a esconder, uma mulher que enfrenta o dilema da sua vida e uma assistente social pouc...