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< Capítulo anterior: 20§ Banida pelo amor
A assistente social procurou contornar as areias movediças do questionário do inspetor acerca do seu envolvimento no caso da menina. Contudo, com o cerco a apertar-se, ela não se privou de recorrer a tudo o que tivesse à mão para se livrar de suspeitas...
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- MULHER -
Já estava no autocarro com a menina, quando deu conta que o seu telemóvel vibrava na mala.
Tinha optado por o colocar em silêncio, desde a madrugada passada.
Não queria se sentir pressionada a atender nenhuma chamada indesejada, nem perturbar os pequenos períodos que a menina tivera para descansar.
– Estou! – respondeu à chamada, olhando com um ar enternecedor para a menina. – Já apanhámos o autocarro em direção à capital.
Do outro lado da linha, a assistente social reclamava por ela não lhe ter retornado as várias chamadas telefónicas que lhe fizera.
Podia sentir um misto de irritação com temor na voz dela, quando a acusou de a ter arrastado para toda esta embrulhada.
– Mas o que se passa? – questionou, tentando acalmar a inquietação da assistente social. – Ninguém te vai culpabilizar de nada só por que passei duas ou três horas em tua casa. Jamais dar-se-ão conta disso.
Segundo a amiga, esse não era o problema.
Ela tinha sido chamada pelo inspetor à delegacia e podia pressentir que este não iria descansar, até apurar ao ínfimo pormenor cada detalhe daquele caso.
A assistente social referiu ainda que o homem a cargo da investigação era um conhecido seu de longa data.
Em suma, a admiração que tinha pelo seu profissionalismo, convertera-se agora em pânico, dado o seu envolvimento com o caso.
– Nem sei o que te diga. Sabes que ser-te-ei eternamente grata por toda a ajuda que me deste. – confessou-lhe de coração aberto. – Não te vou negar que, a cada minuto, questiono-me se estarei a fazer o correto...
A assistente social interveio prontamente, afirmando que ela fazia o correto e relatou-lhe o que tinham achado no quarto da menina.
– Era uma grade enorme! – disse-lhe a assistente social exasperada ao telefone. - Punham a menina numa jaula! Horrível!
Ela não se tinha apercebido dessa grade, quando estivera no apartamento com a menina, no dia anterior.
No entanto, esta revelação chocante dava-lhe força para continuar adiante naquela luta pela salvação da criança.
A amiga referiu-lhe ainda que a polícia tinha revirado o apartamento de ponta-cabeça em busca de provas.
–E se eles encontram alguma coisa que os conduza a ti? – expressara-se a assistente social com algum receio.
Percebera perfeitamente que a real preocupação da amiga era em se salvaguardar a ela própria e à profissão que tinha.
De facto, no momento em que identificassem quem tinha levado a menina, estariam muito próximos de ligar a assistente social a todo este processo.
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A Filha Roubada - Completo - ✔
General FictionTodos achavam que a vida duma criança deveria ser um livro aberto, mas agora ela está desaparecida! Uma mãe desesperada que luta contra o remorso, um pai com muito a esconder, uma mulher que enfrenta o dilema da sua vida e uma assistente social pouc...