21§ A mulher do polícia

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A assistente social procurou contornar as areias movediças do questionário do inspetor acerca do seu envolvimento no caso da menina. Contudo, com o cerco a apertar-se, ela não se privou de recorrer a tudo o que tivesse à mão para se livrar de suspeitas...

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- MULHER -

Já estava no autocarro com a menina, quando deu conta que o seu telemóvel vibrava na mala. 

Tinha optado por o colocar em silêncio, desde a madrugada passada. 

Não queria se sentir pressionada a atender nenhuma chamada indesejada, nem perturbar os pequenos períodos que a menina tivera para descansar.

– Estou! – respondeu à chamada, olhando com um ar enternecedor para a menina. – Já apanhámos o autocarro em direção à capital.

Do outro lado da linha, a assistente social reclamava por ela não lhe ter retornado as várias chamadas telefónicas que lhe fizera. 

Podia sentir um misto de irritação com temor na voz dela, quando a acusou de a ter arrastado para toda esta embrulhada.

– Mas o que se passa? – questionou, tentando acalmar a inquietação da assistente social. – Ninguém te vai culpabilizar de nada só por que passei duas ou três horas em tua casa. Jamais dar-se-ão conta disso.

Segundo a amiga, esse não era o problema. 

Ela tinha sido chamada pelo inspetor à delegacia e podia pressentir que este não iria descansar, até apurar ao ínfimo pormenor cada detalhe daquele caso. 

A assistente social referiu ainda que o homem a cargo da investigação era um conhecido seu de longa data. 

Em suma, a admiração que tinha pelo seu profissionalismo, convertera-se agora em pânico, dado o seu envolvimento com o caso.

– Nem sei o que te diga. Sabes que ser-te-ei eternamente grata por toda a ajuda que me deste. – confessou-lhe de coração aberto. – Não te vou negar que, a cada minuto, questiono-me se estarei a fazer o correto...

A assistente social interveio prontamente, afirmando que ela fazia o correto e relatou-lhe o que tinham achado no quarto da menina.

 Era uma grade enorme! – disse-lhe a assistente social exasperada ao telefone. - Punham a menina numa jaula! Horrível!

Ela não se tinha apercebido dessa grade, quando estivera no apartamento com a menina, no dia anterior. 

No entanto, esta revelação chocante dava-lhe força para continuar adiante naquela luta pela salvação da criança. 

A amiga referiu-lhe ainda que a polícia tinha revirado o apartamento de ponta-cabeça em busca de provas.

E se eles encontram alguma coisa que os conduza a ti? – expressara-se a assistente social com algum receio.

Percebera perfeitamente que a real preocupação da amiga era em se salvaguardar a ela própria e à profissão que tinha. 

De facto, no momento em que identificassem quem tinha levado a menina, estariam muito próximos de ligar a assistente social a todo este processo. 

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora