70§ Do bairro

114 20 4
                                    

----------

O Wattpad por vezes tem comportamentos estranhos.

Assim, antes de continuar, certifique-se sempre de que leu o capítulo anterior.

Entre e saia regularmente da sua conta no wattpad, para que este possa fazer as atualização mais profundas sofridas pela plataforma.

< Capítulo anterior: 69§ A encruzilhada

O pai e o padrinho pressionaram a assistente social com todos os indícios que tinham contra esta...

----------


- PAI -

O padrinho persistia em acalmá-lo, à medida que se dirigiam para os carros. 

As viaturas permaneciam arredadas do campo de visão do bloco de casas, onde a assistente social vivia. 

No entanto, aquelas palmadas nas costas não faziam mais do que incrementarem a sua irritação.

– Correu tudo mal! – resmungou ele, completamente frustrado. – Como podemos estar a ir embora, sem termos arrancado uma resposta daquela mulher?

– Calma! Conseguimos atingir o nosso objetivo!

Era incapaz de entender o padrinho em muitas das ocasiões. Como o homem podia achar que tinham logrado alguma coisa daquele encontro?

– Eu vou voltar lá e abaná-la, até ela dizer onde está a minha filha!

– Para! Basta! – travou-o o padrinho. – Como podes ser tão ingénuo para achar que aquela mulher, depois de tudo o que fez, iria confessar o que quer que fosse? Querias mais o quê? Que ela ainda nos oferecesse boleia para a delegacia, a fim de se entregar às autoridades?

– Então para que serviu tudo isto, padrinho? Diz-me! Estás mesmo a pensar em ir relatar isto à polícia? Eu bem vi como essa assistente social e o inspetor são amigos, quando ambos estiveram lá em casa, durante a perícia!

– Tu, faz o que quiseres! Da minha parte, vou-me sentar neste carro e esperar! – afirmou o padrinho, abrindo a porta do carro.

– É esse o teu plano? Esperar que a minha filha caia do céu, por milagre, nos teus braços?

O padrinho aproximou-se dele e acendeu um cigarro, esforçando-se para ser paciente.

– Nós acabámos de encostar aquela assistente social à parede. – explicou o padrinho. – Deixámo-la sem saída! Ela vai ter de mexer-se, e confia em mim, ela ainda nos vai levar até à criança!

Até podia ser que o padrinho estivesse certo e que, perante toda aquela pressão, a assistente social acabasse por cometer um erro. Contudo, para ele, as coisas não eram tão lineares assim.

– O que te garante que, neste momento, ela não está ao telefone com a sequestradora da minha filha, a mandá-la fugir com a criança?

O padrinho riu-se na cara dele, isento de pudores.

– Isso seria bom demais! Ameaçámo-la em revelar tudo à polícia, e a primeira coisa que ela fazia era pegar num telefone, cujos registos são perfeitamente rasteados, e ligar para a sequestradora? – o padrinho bafejou o fumo do cigarro na cara dele, espicaçando-o deliberadamente. – Duvido que ela seja assim tão néscia!

A Filha Roubada - Completo - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora